A sociedade literária e a torca de casca de batata

Mary Ann Shaffer, Annie Barrows

Editora: Rocco

Páginas: 304

Ano: 2009

Publicado em: 17/11/2019

Sinopse:

O título conta a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a jornalista para fazer uma consulta bibliográfica. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o próximo livro da escritora britânica. O clube, criado antes de existir de fato, foi formado de improviso, como um álibi para proteger seus membros dos alemães. O que nenhum dos integrantes da Sociedade imaginava era que os encontros pudessem aproximar os vizinhos, trazer consolo e esperança e, principalmente, auxiliar a manter, na medida do possível, a mente sã. As reflexões e as discussões a respeito das obras os livraram dos pensamentos sobre as dificuldades que enfrentavam e ainda serviram para aproximar pessoas de classes e interesses tão díspares, de pescador a frenólogo, de dona de casa a enfermeira. Instigada pela força dos depoimentos, a jornalista decide visitar Guernsey, onde a convivência com as pessoas que conheceu por cartas e a descoberta sobre as experiências dos ilhéus lhe dão uma nova perspectiva. A viagem proporciona à escritora mais do que material para seu livro. Guernsey oferece a chance de recomeçar após a Guerra, fazer amizades sinceras e encontrar o amor – em suas diversas formas. O que ela encontra por lá, e as relações que trava, mudam sua vida para sempre. A autora Mary Ann Shaffer não sobreviveu para assistir ao sucesso da sua estreia literária – ela morreu em fevereiro de 2008, aos 73 anos. A sociedade literária e a torta de casca de batata recupera um mundo que se perdeu entre os escombros da guerra, feito de camaradagem e solidariedade, delicadeza e simpatia. Nele, a guerra – e a morte – é vencida por um batalhão de personagens igualmente sensíveis e sedutores, que conduzem os leitores pelas mãos, através de um narrativa, humana e marcadamente feminina, até o fim.

Talvez haja algum instinto secreto nos livros que os leve a seus leitores perfeitos. (Pág. 19)

Esse livro foi um presente da @vampliteraria, minha corujinha marlinda, que acabou lendo comigo e com a @naviagemdoslivros. Foi uma leitura deliciosa e não apenas pela companhia, a história é encantadora!

Ainda não havia tido a experiência de ler um livro escrito somente por cartas, achei que fosse ficar perdida, mas fiquei foi empolgada. Haha

Ler bons livros não permite que você goste de livros ruins. (Pág.64)

A história começa com cartas entre Juliet, uma escritora e Sidney, seu agente. Embora já tenha publicações, ela parece enfrentar uma fase de bloqueio, sem ideias ou inspirações para novos livros.

Até que ela recebe uma carta de um morador de Guernsey que, após encontrar o endereço dela em um livro, tomou a liberdade de escrever pedindo informações sobre outro livro que ele não conseguia encontrar.

A carta e o pedido pegam Juliet de surpresa, mas as informações que o estranho, Dawsey Adams, contou sobre as dificuldades da sua ilha durante a Segunda Guerra Mundial chamaram a atenção da escritora e, negociando mais informações sobre eles, ela afirmou que iria atrás do livro.

O conteúdo das correspondências ganha um calor íntimo e deixam Juliet encantada com a história do local.

A guerra devastou as famílias, mas através de um clube secreto de leitura, eles encontraram consolo e momentos que os faziam esquecer o que acontecia na ilha, pelo menos enquanto estavam nas reuniões.

A sociedade literária e a torta de cascas de batatas ganhou esse nome por um dos integrantes ter encontrado uma maneira de fazer torta com a casca das batatas, já que os alimentos estavam cada vez mais escassos durante a guerra.

Juliet passa a receber cartas dos moradores da ilha que, ao descobrirem o interesse dela por eles, querem contar as suas versões da história.

Não demora muito para nascer uma amizade entre eles e logo a escritora chega na ilha para uma visita.

…quando uma pessoa gosta muito de alguém ou de alguma Coisa, ela envia uma espécie de energia para o mundo, e isso dá frutos. (Pág. 131)

Estar entre os habitantes de Guernsey é ainda mais intenso e Juliet encontra mais do que a inspiração sobre o que escrever, mas sobre viver.

O cenário da guerra não me atraí para leituras, mas todas as vezes que me deparei com ele sem querer, me emocionei demais. Sempre penso nos soldados e nas lutas, mas não podemos esquecer que haviam pessoas em volta que eram inocentes e tiveram as vidas modificadas para sempre. Nesse enredo triste, de partir o coração, as autoras criaram um universo colorido, dentro do cinza de poeira e bombas. Trazendo uma mensagem de esperança para os sobreviventes, ainda que cheios de marcas.

A escrita oscila entre melancólica e cômica. A protagonista tem uma personalidade forte, independente e é a cara do livro, os capítulos com as cartas dela foram os mais divertidos. Me inspirou tanto quanto a história.

Terminei a leitura com vontade de abrir uma sociedade literária. Hahaha Me julguem!

Recomendo muito e embora o filme tenha mudado o sentido da história, recomendo também.

Os homens são mais interessantes em livros do que na vida real. (Pág. 64)

2 Comentários

  1. Le17 nov, 2019Responder
  2. Hannah17 nov, 2019Responder

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