O segredo da livraria de Paris

Lily Graham

Editora: Gutenberg

Páginas: 208

Ano: 2020

Publicado em: 24/04/2020

Sinopse:

Valerie tinha três anos de idade quando foi levada de Paris para Londres, durante a Segunda Guerra Mundial. Agora, aos vinte anos e sozinha no mundo, ela se candidata, com nome falso, a uma vaga de emprego na livraria do avô, Vincent Dupont. Ele é seu único parente vivo e a única pessoa que sabe o que realmente aconteceu com seus pais biológicos. À medida que passa a conhecer melhor o ranzinza e reservado Dupont, Valerie vai puxando o fio da própria história.

Para alguns, a verdade é um fardo, algo que nunca pode ser restaurado depois de solto – uma caixa de Pandora -, mas para mim foi o oposto. Foi uma âncora no passado que me deu uma sensação de pertencimento, mesmo que fosse um pertencimento doloroso de suportar. (Pág. 12 e 13)

Uma das coisas que mais amo em clube de assinatura, é que eles escolhem o livro por mim. Esse seria um dos que eu nem olharia, mas como estou feliz por ter lido!

Não gosto de histórias sobre a segunda guerra, pelo óbvio, são extremamente tristes. Então torci para que o romance falasse mais forte nesse enredo. Só que os detalhes abordados me deixaram curiosa e paralelo com a leitura, fui pesquisar sobre a guerra. Não aguentei.

Que leitura fantástica!

Já chamou a minha atenção no começo, quando percebi que não seria uma história sobre guerra, mas durante ela. É óbvio que as pessoas tiveram que continuar suas vidas – na medida do possível -, enquanto bombas rolavam por todos os lados. Mas como eu nunca havia pensado nisso? Se atualmente, com o corona vírus já nos sentimos tão impactados, imagine na segunda guerra mundial?

Vou falar da história, mas precisava registrar o choque que essa leitura me causou.

Em O segredo da Livraria de Paris, somos transportados para França, quando os alemães a invadiram e passaram a agir como se já fossem os donos do pedaço. Assumindo o controle dos negócios locais, da liberdade da população e até sobre o que poderiam comer.

Em um cenário de fome, destruição, perdas e muito sofrimento, nasceu Valerie.

Ela era muito pequena para lembrar detalhes, mas foi deixada aos cuidados de uma parente para viver em um lugar afastado da guerra. Embora tenha crescido em um lar de muito amor e cuidado, não demora para começar a cobrar respostas.

De onde ela era? Quem eram seus pais? E por que a abandonaram?

Sua tutora até tem as respostas, mas não se acha digna de ser a porta voz. Então, deixa a jovem, agora adulta, partir para a França disfarçada, para trabalhar na livraria da família. Ainda administrada pelo avô, que não faz ideia de quem ela seja.

As pistas que Valerie vai encontrando, nos colocam no meio da guerra, sentindo todo impacto de ver vidas passando a ser controladas por figuras perversas e sem escrúpulos. Foi um lado daquele período horrível de se conhecer e tenho consciência de que pouquíssimo foi mostrado.

A autora romantizou e nos trouxe uma história linda, porém de partir o coração. Mas Valerie precisava desvobrir a verdade e eu consigo entender. A narrativa me permitiu sentir como se estivesse na pele dela.

O livro é curtinho, mas deixa uma sensação eterna no coração. Como todos que trazem uma bagagem real.

Amei e recomendo muito!

Foi uma das viagens enviada na malinha do Turista Literário. Para ler resenha de outras viagens clique aqui.

2 Comentários

  1. Taize Lima25 abr, 2020Responder
    • Marina Mafra04 maio, 2020Responder

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