Sinopse:
Jane Eyre, romance de estreia da consagrada e renomada escritora inglesa Charlotte Brontë, narra a história de vida da heroína homônima. Quebrando paradigmas e criticando a realidade vitoriana da época, Jane Eyre desafia o destino imposto às mulheres e as posições sociais que elas deveriam ocupar. Recheado de características góticas, o romance possui personagens inesquecíveis e transformadores, como a figura do misterioso Rochester, patrão de Jane e peça vital da narrativa.
Resenha:
Minha experiência de vida tinha sido pautada em suas regras e regulamentos, mas agora eu percebia que o mundo real era maior, e que um campo extenso de esperanças e medos, de sensações e excitações aguardava aqueles que tivessem coragem de seguir adiante em sua vastidão para buscar o verdadeiro conhecimento da vida em meio aos seus perigos. (Página 156)
A história é narrada por Jane Eyre já adulta. Nos faz viajar com ela, desde a sua infância, até nos deixar cada ensinamento que ela teve no decorrer da vida.
Ficou órfã muito cedo e foi acolhida por um amigo da família, Sr. Reed. Ele já tinha esposa e três filhos, mas além dele, ninguém se simpatizava com Jane. Com o falecimento do seu tutor, a pequena foi deixada aos cuidados da Sra. Reed que era bastante malvada. Apanhava e era constantemente menosprezada por todos. Seu temperamento acabou sendo mais arisco e agressivo, por pura defesa. Mas no fundo era uma boa menina e muito esperta.
Não sabendo mais como cuidar de Jane, Sra. Reed decide enviá-la para um colégio interno. As condições do local eram precárias, havia pouco comida e a educação era muito severa. Foi um dos períodos mais difíceis da vida dela.
Mas a vida, no entanto, ainda me possuía com todas suas necessidades, dores e responsabilidades. O fardo devia ser carregado, a necessidade, satisfeita, o sofrimento, suportado e a responsabilidade, cumprida. Segui adiante. (Página 560)
Já crescida e com experiência em dar aulas, Jane arrumou um emprego e passou a morar na casa do Sr. Rochester. Seu contato e contrato foi feito apenas com a governanta. Sua responsabilidade era cuidar e educar da pequena Adele, que foi adotada pelo patrão.
Quando finalmente conheceu o patrão, percebeu que era rude e grosseiro, mas outras vezes extremamente carinhoso. Nessa brincadeira de tentar entender o humor do Sr. Rochester, Jane percebeu que estava se apaixonando, mesmo ele sendo muito mais velho do que ela. A história ganha um encanto maior, quando ela descobre que seu amor é correspondido.
Você é minha ternura, minha parte melhor, meu anjo bom. Estou ligado a você por laços muito fortes. (Página 543)
Jane era tímida, insegura e inexperiente, com uma pureza nunca vista. Mas o relacionamento com o patrão mudou tudo nela e ainda moldou o seu caráter. Para fazer o que ela achava correto, não media esforços, por mais que ela sofresse com as consequências.
Em um cenário lindo de época, com um escrita dramática e um pouco cômica, as personagens conquistaram o meu coração. Um livro tão antigo, mas com uma linguagem deliciosa. É impossível ser indiferente à Jane Eyre, é lamentável viver sem conhecê-la. Uma história emocionante sobre o amor, recomeços, perdão, fé e perseverança. A certeza de que o mundo dá muitas voltas, mas que a vida, mais cedo ou mais tarde, nos coloca onde merecemos.
A vida me parece curta demais para ser gasta na alimentação da animosidade ou no armazenamento dos malfeitos. (Página 110)
A leitura é tão gostosa, que quando menos esperei, Jane já estava se despedindo dos leitores.
A Editora Martin Claret arrebentou nessa edição. Espero ter conseguido trazer um pouco desse encanto nas fotos. Só vi amor, em cada pedacinho do livro.
De certo modo, Deus nos deu o poder de fazer nosso próprio destino. (Página 620)