Sinopse:
Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.
“Os armários estão vazios. Não há quadros nas paredes. Fios passam por baixo da porta dos fundos e chegam até os quartos do primeiro andar, onde amplificadores alertam Malorie e as crianças para qualquer barulho que venha de fora da casa. Os três vivem assim. Ficam bastante tempo sem sair. E, quando saem, estão vendados.”
Caixa de pássaros é um livro de terror psicológico ÚNICO. Ressalto a palavra “único” porque de fato, nunca li nada parecido com ele. Imerso em uma narrativa original, o livro nos causa tensão e ansiedade.
“É um blecaute, pensa Malorie. O mundo, o exterior, está sendo desligado. Ninguém tem respostas. Ninguém sabe o que está acontecendo. As pessoas estão vendo alguma coisa que as leva a machucar os outros. A machucar a si mesmas. As pessoas estão morrendo.”
O livro é contado pelo ponto de vista de Malorie, ela por si só, é uma personagem complexa, longe de ser perfeita e cheia de questionamentos pertinentes e outros um tanto quanto problemáticos. Isso faz total diferença no enredo, pois Malorie tem o melhor desenvolvimento possível dentro da história.
“O instante entre decidir abrir os olhos e fazer isso de fato é a coisa mais assustadora desse mundo novo.”
O suspense do livro é devido à história se passar em um universo distópico, onde criaturas desconhecidas fazem com que as pessoas se suicidem de forma grotesca caso elas OLHEM, sendo assim, como os personagens, o leitor também fica no escuro. Não sabemos se o “monstro” está no ar, se ele é palpável, imaginário, um fantasma, um alien, nada nos é apresentado.
“Nos últimos quatro anos, ela serviu como armadura, protegendo as crianças não do que poderia vê-las, mas do que elas poderiam ver.”
Tudo se torna mais difícil com Malorie tendo que seguir seu rumo, vendada, responsável por duas crianças.
“O rio é um anfiteatro, pensa Malorie enquanto rema. Mas também é um túmulo.”
Em minha opinião, o livro se torna eletrizante no momento em que Malorie decide sair de casa para encontrar um abrigo, que ela sequer tem certeza que existe. Desde então, a narrativa se torna eletrizante e sufocante. Diversas vezes em meio a leitura tive que parar o livro para respirar.
“Mais gravetos se quebram. A coisa se move devagar. Malorie pensa na casa que abandonaram. Estavam seguros lá. Por que saíram? Será que o lugar para onde estão indo é mais seguro? Como poderia ser? Num mundo onde não podemos abrir os olhos, uma venda não é tudo que temos para nos defender?”
Josh Malerman nos infiltra na história, é inegável, com todos os altos e baixos do livro, ele se torna perfeito, é uma experiência única e eu recomendo fortemente para quem ama um livro que tira o leitor da zona de conforto. E em Julho (2020) será lançado um novo livro, 12 anos após os eventos de Caixa de Pássaros, denominado “Malorie” já estamos ansiosos por aqui.