Sinopse:
Com todo o esplendor que só a Hollywood do século passado pode oferecer, esta é uma narrativa inesquecível sobre os sacrifícios que fazemos por amor, o perigo dos segredos e o preço da fama. Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.
Após o livro ter se tornado popular, encontrei essa edição enviada no clube Tag Livros e me apaixonei. Não está a venda, tive que assinar o clube para conseguir comprar. De tempo em tempo o clube libera a venda de edições anteriores. Agora só é possível encontrar a edição da Editora Paralela.
…existe um padrão: Evelyn sempre deixa as pessoas querendo ver um pouco mais. E nunca permite.
Monique perdeu o pai quando pequena, mas guarda boas memórias. Tem uma mãe carinhosa e presente. Por divergências de escolhas, viu o homem que amava se afastar. E estava começando na carreira de jornalismo.
Evelyn Hugo era uma atriz de sucesso, que começou a carreira nos anos 50 e bastante reservada, a pesar de uma vida cheia de polêmicas. Quando aceitou dar entrevista para uma revista, todos ficaram muito empolgados, mas a condição de ser Monique quem faria a entrevista foi motivo de grande surpresa.
No primeiro encontro a atriz deixou claro que não queria ser matéria da revista, e sim que Monique escrevesse um livro sobre a sua vida e carreira.
Elas passaram a ter encontros onde Evelyn começou a contar sua trajetória, desde a infância e como se tornou o sucesso que era. E tudo é dividido em capítulos que levam o nome de seus maridos. É quando começamos a entender como cada um se encaixou nos acontecimentos e o motivo de tantos casamentos.
A experiência e personalidade de Evelyn afetaram Monique de maneira positiva. Ela evoluiu na sua vida pessoal através dessa convivência.
O desenrolar abordou temas polêmicos, grandes ensinamentos e revelações, inclusive o real motivo da escolha de Evelyn por Monique.
Salvei alguns trechos durante a leitura:
Querer dar um passo maior que a perna é um sinal claro de que a pessoa não sabe o que está fazendo.
Uma vez li que carisma é “o charme que inspira devoção”.
Aceito o fato de que às vezes fazer a coisa certa obriga a gente a pegar pesado. E tenho compaixão por mim mesma. E acredito em mim.
A gente pode lamentar algumas coisas sem necessariamente se arrepender delas.
Não se preocupe tanto em fazer a coisa certa quando a escolha mais inteligente se mostra de uma forma tão óbvia.
Quando surge uma oportunidade para mudar sua vida, esteja pronta para fazer o que for preciso. O mundo não dá nada de graça para ninguém, só tira de você.
Órfã de mãe, com um pai abusivo, sem amigas, e uma sensualidade que minha cabeça não tinha preparo para entender.
Ser desejada significava a obrigação de satisfazer os outros. Pelo menos era essa a minha visão na época.
Eu fingia ser outra pessoa para ele. E depois comecei a me irritar porque Ernie não via quem eu era de verdade.
Desconfie de homens que precisam muito provar alguma coisa.
Precisa encontrar um trabalho que faça seu coração bater mais forte, e não um que deixe seu peito apertado.
…me pergunto se teria levado isso tão a sério se ele não tivesse morrido. Eu teria me apegado tanto a essas palavras se o visse como uma fonte ilimitada de conselhos?
Sinto falta do meu pai. Eu sinto saudade dele o tempo todo. Mas, em momentos como este, quando estou prestes a finalmente encontrar um trabalho que faça meu coração bater mais forte, eu gostaria de poder pelo menos escrever para ele, contar o que estou fazendo. E gostaria que ele pudesse responder.
Só estou explicando que ser amada por uma coisa que não é mérito seu não é tão legal assim.
…com Evelyn, o que transparece nem sempre é o que parece.
Às vezes a realidade desaba sobre nós. Mas às vezes se põe a esperar pacientemente até a gente gastar todas as energias e não ter mais forças para negá-la.
A decepção amorosa é uma perda. O divórcio é um documento.
“Tudo perde a graça quando você não está comigo”, ela falou. “Só me interessa você; o resto é merda.”
“Amar não é errado, querida. Não é”, respondi. “As pessoas é que estão erradas.”
Dá até vontade de chorar — desejar tanto uma coisa tão simples, tão pequena. Você trabalhou muito para ter uma vida de esplendor. E agora tudo o que quer é uma liberdade modesta. A paz de poder amar sem reservas.
…o sofrimento às vezes falava mais alto que a necessidade de manter as aparências.
Como pude ter passado tanto tempo me contentando com tão pouco se sabia muito bem que o mundo esperava muito mais de mim?
É melhor perder do que nunca ter.
…é preciso estar disposto a abrir mão de sua identidade, a transformar seu corpo em mercadoria, a mentir para pessoas decentes, a sacrificar seu amor por causa do que as pessoas vão pensar, a revelar uma falsa versão de si o tempo todo, até esquecer quem era no início de tudo e por que entrou nesse mundo, para começo de conversa.
Quando você ama alguém, precisa estar disposta a superar tudo…
…não estou nem aí para todo o dinheiro que tenho, que não faz a menor diferença que as pessoas me achem uma lenda, que a adoração de milhões de pessoas nunca me fez sentir menos sozinha.
Não existem vítimas nem vitoriosos. Todo mundo ganha por um lado e perde por outro. Quem insiste em se retratar como uma coisa ou outra não está só enganando a si mesmo, também está se colocando num papel que chega a ser ridículo de tão clichê.
Ninguém é apenas bom ou apenas ruim. Eu sei disso, claro. Tive que aprender isso bem cedo. Mas às vezes é fácil esquecer uma verdade como essa. E que ela se aplica a todo mundo.
Ninguém precisa fingir que está bem para uma boa mãe; uma boa mãe faz tudo ficar bem.
A autora me prendeu com a narrativa, achei a história válida e necessária, exceto por uma questão, que como alguns podem considerar spoiler, recomendo que parem de ler aqui…
…
…
…
mas se não se importa em saber, meu medo é que a inclusão do tema suicídio seja vista de alguma maneira como incentivo.