Sinopse:
Hugo e Solara são opostos: ele, um nerd com baixa autoestima; ela, uma hippie com razões ocultas para odiar o quanto sua beleza chama atenção. Unidos pelo bullying na escola, desenvolvem uma amizade profunda e se apaixonam. No entanto, circunstâncias acabam os separando. Quando ocorre o reencontro, anos depois, ambos estão transformados pelo tempo e por suas experiências de vida. Enquanto Hugo enfrenta um diagnóstico de esclerose múltipla e o estigma de sua doença, Solara lida com os próprios traumas do passado. O Lobo e a Fênix explora temas como bullying, autismo, inclusão, abuso e autoaceitação. É um belo romance que retrata as incertezas e a adaptação a um diagnóstico avassalador, enquanto explora o poder do amor incondicional e do crescimento pessoal. A jornada de Hugo e Solara lança luz sobre nossas lutas mais íntimas e celebra a experiência humana de superar obstáculos e abraçar o amor genuíno em meio aos desafios da vida.
Recebi o convite inusitado de ler essa história, antes da publicação, por ser paciente de Esclerose Múltipla e ter escrito um livro em que uma personagem também é diagosticada. Só não esperava amar com tanta intensidade.
A doença não nos define, embora isso seja muito difícil de ser explicado, mas além de me sentir representada, a autora conseguiu mostrar o que há por trás do diagnóstico. Bastidores que me dificultaram acreditar que ela – realmente – não seja paciente. 😄
O livro é divido por partes e explicá-las traria alguns spoilers, então só vou adiantar que fui envolvida pela narrativa – que alterna entre Hugo e Solara –, pelos cenários bem escritos, personalidades bem desenvolvidas, linha do tempo esclarecedora e comparações que me conectaram ainda mais com a história.
Houve um grande clarão no céu, segundos antes do barulhão do trovão. Ia chover a qualquer momento, e muito. Mas eu não me importava de me molhar por fora, porque dentro de mim a tempestade já tinha começado, sem previsão de acabar. Por dentro, eu já estava encharcado.
Solara tinha uma personalidade forte, bem decidida e inimiga da rotina, gostava mesmo era de sair da zona de conforto. Vivia com a família no litoral. Bastante humildes, ela e os irmãos batalhavam para manter a casa e as contas em dia, já que não tinham o pai, a mãe era viciada em drogas e só queria saber do namorado.
Hugo era constantemente humilhado pela mãe e via o pai sofrendo o mesmo, o que acabou o tornando inseguro e com baixa autoestima. A família passou alguns meses na cidade de Solara, onde os dois se conheceram e se apaixonaram.
Mas não tão rápido assim. Vale a pena degustar cada capítulo dessa vivência deles, pois tudo vai colaborar para um afastamento obrigatório e sofrido.
É difícil superar o primeiro amor, ainda mais se nenhum outro conseguiu chegar à altura.
Quando os dois se reencontraram, o passado parecia parado no lugar, esperando por eles, mas não foi possível ignorar a bagagem que trouxeram dos anos em que não se viram, se falaram ou souberam do outro.
Os “fantasmas do presente” afetaram as tentativas de reaproximação, ainda mais por se tratar de decisões pessoais. E quando enfim aconteceu, surgiram os desafios de lidar com a Esclerose Múltipla.
A esclerose múltipla é traiçoeira. Quando você menos espera, ela ataca. Quando você está retomando sua rotina, achando que pode viver uma vida normal, ela faz questão de ressurgir, mostrando quem está no controle.
Para saber como Hugo e Solara lidaram com seus destinos, vai precisar ler essa obra, que eu recomendo do começo ao fim.
Como escritora, me peguei em diversos momentos, enquanto lia, aprendendo sobre escrita, sobre qualidade de texto, sobre ritmo de história, até sobre como descrever um paciente, a própria doença e tratamentos. Dito isso, sempre que me perguntarem sobre Esclerose Múltipla, vou recomendar que leiam meu livro, mas antes vou implorar que leiam O lobo e a fênix.
A história ainda aborda temas como luto, TOC, abuso, diferenças sociais e bulliyng.
E tem cenas de sexo. A linha que divide o sensual do tosco é muito sensível para mim. Mas a autora me cativou por conduzir de forma tão sofisticada e respeitosa.
Fui do céu ao inferno tantas vezes, que demorei para perceber que, na verdade, estava me identificando. E não como paciente de Esclerose Múltipla, mas também como humana. É uma história imperfeita, sobre pessoas imperfeitas, em que a perfeição está na mensagem que leitura me deixou.
Além de tudo, ainda me senti motivada para cuidar melhor da minha saúde.
Por favor, leiam!
Seja feliz. Seja insanamente feliz… Sabe por quê? Porque você tem o direito. Não se contente com pouca coisa, não, porque viver pela metade é não viver.
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