Sinopse:
Quando a beleza das borboletas encontra os horrores de uma mente doentia. Um thriller arrebatador, fenômeno no mundo inteiro. Perto de uma mansão isolada, existia um maravilhoso jardim. Nele, cresciam flores exuberantes, árvores frondosas... e uma coleção de preciosas “borboletas”: jovens mulheres, sequestradas e mantidas em cativeiro por um homem brutal e obsessivo, conhecido apenas como Jardineiro. Cada uma delas passa a ser identificada pelo nome de uma espécie de borboleta, tendo, então, a pele marcada com um complexo desenho correspondente. Quando o jardim é finalmente descoberto, uma das sobreviventes é levada às autoridades, a fim de prestar seu depoimento. A tarefa de juntar as peças desse complexo quebra-cabeça cabe aos agentes do FBI Victor Hanoverian e Brandon Eddinson, nesse que se tornará o mais chocante e perturbador caso de suas vidas. Mas Maya, a enigmática garota responsável por contar essa história, não parece disposta a esclarecer todos os sórdidos detalhes de sua experiência. Em meio a velhos ressentimentos, novos traumas e o terrível relato sobre um homem obcecado pela beleza, os agentes ficam com a sensação de que ela esconde algum grande segredo.
Resenha:
Em uma sala de interrogatório está Maya, uma jovem com ferimentos por todo seu corpo, contando aos detetives Edisson e Victor, sobre como chegou ao jardim, e alguns pedaços de como era sua vida antes de ser sequestrada pelo Jardineiro.
A história não é contada de forma linear, e também não temos só a visão de Maya, o começo pode parecer um tanto confuso, mas é fácil pegar o ritmo.
Além disso, o livro não tem capítulos. Ele é dividido em três partes.
Ele queria encontrar mais alegria na vida do que normalmente encontrava. (Página 23)
No interrogatório Maya, fala pouco e sempre com rodeios, o que vai deixando os detetives irritados. Eles chegam a cogitar que ela também faça parte de toda a trama, já que ela não parece querer colaborar com as investigações.
Coisas bonitas têm vida curta. (Página 76)
O jardim é um lugar bonito visivelmente, ele fica dentro de outra estufa, e para entrar é necessário digitar um código. Por trás de grossas paredes, a uma realidade triste e horrível. Adolescentes de diferentes lugares são raptadas e transformadas em escravas sexuais.
Todas as meninas sequestradas têm suas costas tatuadas com um complexo desenho de borboleta, e após tatuá-las o Jardineiro as dá nomes diferentes e também científicos de borboletas. Quando o desenho está terminado, ocorre o primeiro estupro, marcando que elas o pertencem.
Algumas pessoas desabam e nunca mais levantam. Outras recolhem os próprios cacos e os colam com as partes afiadas viradas para fora. (Página 85)
O jardineiro sequestrava meninas com idade de dezesseis anos, raramente com dezessete e nunca mais novas, ou acima.
Uma borboleta tem em média cinco anos de vida, em sua cabeça doentia, ele precisava preservar a beleza e juventude em seu auge, por isso ao completar vinte um anos de idade, elas eram mortas.
Aniversários, não era motivo de comemoração, era apenas uma lembrança de que todas possuíam prazo de validade.
Ele as levava para um quarto secreto e depois de alguns dias as meninas reapareciam dentro de vidros com o corpo embalsamado. Dessa forma ele tinha sua própria coleção de “borboletas”.
Borboletas de verdade poderiam voar, escapar. As borboletas do Jardineiro só podiam cair, e ainda raramente. (Página 145)
Se tudo isso já não fosse cruel o bastante, o jardineiro possuía um filho totalmente doentio. Sim, mais que o próprio pai. Avery sentia prazer em torturar as meninas, e isso muitas vezes passava dos limites. Algumas delas não resistiam às suas “brincadeiras” e morriam. Ele era o próprio capeta.
Com o passar do tempo somos apresentados ao segundo filho, Desmond. Que parece ter o mesmo “zelo” que o pai pelo jardim. No entanto, ele ainda não sabe direito como as coisas funcionam. Quando ele tem o primeiro contato com a morte de uma das meninas, Desmond entra em choque e começa a perceber o quão terrível seu amado pai pode ser.
Mas é por causa de outro fato que ele toma coragem e toda história muda.
Três borboletas para uma garota destruída: uma de personalidade, uma de posse e uma de mesquinharia. (Página 149)
Senti mal estar em vários momentos lendo Maya contar tudo o que ela e as outras meninas passaram.
Após a morte de Lynnette uma espécie de conselheira no jardim, Maya assume seu lugar, mesmo não sabendo direito o que fazer.
Ela tentava dar algum tipo de conforto, mesmo que fosse praticamente impossível devido à situação.
As meninas criaram uma família, mesmo as que não se gostavam, quando era necessário se solidarizavam umas pelas outras.
Essa relação delas continua, mesmo após o fim do cativeiro.
E apesar de toda dor, é bonito perceber que realmente elas se tornaram uma família.
Um trauma não termina só porque a pessoa foi salva. (Página 298)
O Jardim das Borboletas é uma história forte, e perturbadora. Mesmo sabendo que as meninas foram salvas a sensação é de que o sofrimento não acaba.
A diagramação é impecável, tem o desenho de uma borboleta a cada divisão da história. A capa dura completa a beleza da obra.
Descobri que esse é o primeiro livro da trilogia O Colecionador, que infelizmente ainda não tem previsão para os outros dois virem para o Brasil, mas fica registrado minha súplica à Editora Planeta.