Sinopse:
Serafina nunca teve motivos para desobedecer ao seu pai e se aventurar além da Mansão Biltmore. Há espaço de sobra para ser explorado naquela casa imensa, embora ela precise tomar cuidado para jamais ser vista. Nenhum dos ricaços lá de cima sabe da existência de Serafina; ela e o pai, o responsável pela manutenção das máquinas, moram secretamente no porão desde que a garota se entende por gente. Mas quando as crianças da propriedade começam a desaparecer, somente Serafina sabe quem é o culpado: um homem aterrorizante, vestido com uma capa preta, que espreita pelos corredores de Biltmore à noite. Após ela própria ter conseguido – depois de uma incrível disputa de habilidades – escapar do vilão, Serafina arriscará tudo ao unir forças com Braeden Vanderbilt, o jovem sobrinho dos donos de Biltmore. Braeden e Serafina deverão descobrir a verdadeira identidade do Homem da Capa Preta antes que todas as crianças... A busca de Serafina a levará ao interior da mesma floresta que tanto aprendeu a temer. Lá, descobrirá um esquecido legado de magia, que tem relação com a sua própria origem. Para salvar as crianças, Serafina deverá procurar as respostas que solucionarão o quebra-cabeça do seu passado.
“— Nunca entre na floresta – ele tinha avisado uma porção de vezes. — Lá dentro tem cada força sombria que ninguém entende, umas coisas sobrenaturais que podem te fazer um mal danado.”
(Página 14)
Quando eu era criança os mais velhos contavam a história de um homem que carregava num saco preto as crianças desobedientes. Atrás da minha casa tinha um matagal (o bairro era novo, não havia muitas residências), então eu imaginava que no meio de toda aquela vegetação havia, sim, um homem que vigiava a mim e aos meus irmãos, aguardando a oportunidade de nos carregar. Sinistro!
Embora a história da dica de leitura de hoje não ter absolutamente nada a ver com essa memória, “Serafina e a Capa Preta” é um livro que despertou em mim diversas lembranças da minha infância. E me fez perceber o quanto eu sentia falta de uma fantasia bem escrita.
“Nosso caráter não é definido
Pelas batalhas que vencemos,
Mas sim pelas batalhas que ousamos lutar.”
(Página 115)
Serafina é uma menina de 12 anos que mora com o pai no porão da Mansão Biltmore – residência da Família Vanderbilt – localizada próxima a uma floresta que é cercada de muito mistério. O ano é 1899. O pai de Sera é mecânico e mantém a existência da filha em segredo, pois moram clandestinamente no lugar. A menina acompanha a vida dentro da Mansão através das inúmeras passagens secretas da propriedade durante sua caçada aos ratos. Segundo o pai, ela é a “Caçadora Oficial de Ratos” de Biltmore.
Sera não é uma menina comum e em dado momento começa a perceber isso. Enxerga perfeitamente no escuro, é bastante veloz e flexível, consegue entrar e sair dos lugares sem ser percebida. Além disso, algo na anatomia dos seus dedos denuncia que é diferente das outras crianças.
Numa de suas caçadas, Serafina presencia o sequestro da filha de um dos hóspedes dos Vanderbilts. O espectro de um homem vestindo uma capa preta persegue e captura uma menina. Serafina arrisca salvá-la, mas não consegue. Na noite seguinte, outra criança some misteriosamente e nossa protagonista decide que precisa agir e descobrir quem é o homem que está causando tamanho caos em Biltmore. Seu parceiro nesta empreitada: Braeden Vanderbilt, sobrinho dos donos da Mansão.
“— Quando você me olha, vê… vê… uma menina normal?
— Clara Brahms era diferente de Anastacia Rostonova, e você é diferente das duas – respondeu ele. — Somos todos diferentes à nossa própria maneira.”
(Página 137)
Braeden foi morar na Mansão Biltmore há dois anos. A casa onde morava com a família sofreu um terrível incêndio e ele foi o único sobrevivente. Desde então, os tios que o acolheram tentam fazê-lo interagir com outras crianças a fim de criar laços de amizade, mas não é assim tão fácil. Até que ele conhece a menina que mora no porão.
Unidos pelos acontecimentos recentes, Serafina e Braeden iniciam uma aventura para tentar desvendar o mistério do Homem da Capa Preta e trazer de volta as crianças perdidas. Nessa missão, para surpresa de Sera, a menina acaba descobrindo cada vez mais sobre si mesma e sobre a sua verdadeira origem.
“Ela olhou em torno, para o Sr. Vanderbilt, Seu Enkrenka e os outros homens. Estava começando a ver como era difícil determinar quem era bom e quem era mau, em quem podia confiar e com quem deveria ter cuidado. Todo mundo, de alguma forma, se achava herói, lutando pelo que acreditava ser certo, ou simplesmente lutando para sobreviver mais um dia, mas ninguém se julgava mau.”
(Página 131)
Fantasia é um dos meus gêneros literários favoritos e o Robert Beatty criou a história perfeita mesclando aventura, mistério e um leve suspense de maneira impecável. Serafina, apesar de ser apenas uma menina, é uma personagem forte, perspicaz e muito determinada. Embora tenha vivido anos sem um contato direto com outras pessoas além do seu pai, se mostrou altruísta ao embarcar numa experiência arriscada em favor do outro.
“Serafina e a Capa Preta” é uma história especialmente sobre amizade, sobre o tipo de pessoa que escolhemos nos tornar e sobre o verdadeiro sentido de família. Mexe muito com a imaginação do leitor, na mesma medida em que emociona.
Esse é nosso primeiro post em parceria com a Editora Valentina e iniciamos com o pé direito. Um livrão desses!
Abraço e até a próxima!