Sinopse:
Theodosia era a herdeira do trono de Astrea quando seu reino foi invadido, deixando um rastro de destruição. Dez anos depois, a princesa, órfã, prisioneira e subjugada, percebe que não lhe resta mais nada, a não ser lutar pela própria liberdade. O passado, que por tanto tempo ficou enterrado, agora precisa vir à tona para mostrar a Theodosia os caminhos que poderão levá-la de volta ao trono. Mas Theo conseguirá ser a rainha de que seu povo precisa? Ou será que anos de humilhações transformaram a herdeira da Rainha do Fogo em meras cinzas?
“É mais seguro viver apenas no presente, ser uma garota sem qualquer passado por que ansiar e qualquer futuro para lhe arrancarem.” (p. 19)
Olá meu caro leitor, como tem passado? Está se lembrando que agora minhas resenhas possuem um novo formato? Se quiser saber mais sobre a história além das minhas considerações, dê uma olhadinha na sinopse aqui na parte amarela logo acima.
“A esperança dentro de mim ainda não foi sufocada. Ela está morrendo, sim, restando-lhe apenas algumas brasas. Mas já vi fogos serem reavivados com menos.” (p. 36)
Propaganda é a alma do negocio correto? Quando a Editora Arqueiro divulgou esse lançamento, imediatamente eu me interessei pela história, antes mesmo de ler a sinopse. A capa, o titulo e as informações na capa (Sansa Stark né mores) me ganharam. Eu senti que seria um livro bom, mas nada havia me preparado para o que realmente essa leitura iria ser: UMA DAS MELHORES FANTASIAS QUE EU JÁ LI NA VIDA. Eu não sei nem por onde começar a elogiar essa historia.
“Minha mãe era conhecida como a Rainha do Fogo, majestosa e forte. Mas eu sou a Princesa das Cinzas, uma piada viva.” (p. 40)
A Princesa das Cinzas Theodosia é uma personagem feminina extremamente forte e que coloca o seu povo acima de tudo, até mesmo do próprio coração. Acompanhar o desenvolvimento dela, seus conflitos internos e suas decisões, me fez pensar o que eu faria se estivesse em seu lugar. Talvez eu não fosse forte o suficiente para aguentar mais de dez anos de torturas, humilhações e castigos apenas para sobreviver.
“– Eles tentaram me destruir, Elpis, e quase conseguiram. Deixei que meu medo me intimidasse, deixei que eles me intimidassem. Mas acabou. Vou fazer com que eles paguem. Por tudo que fizeram conosco, com nosso país. Com nossos pais e mães.” (p. 86)
Revolta, indignação e raiva me encheram em todas as cenas onde Theo descrevia tudo o que havia sofrido. Senti uma vontade enorme de entrar nas paginas do livro e resgatá-la do domínio do tirano kaiser. Blaise e Søren me encantaram cada qual com a sua maneira, e confesso não conseguir escolher entre um ou outro apenas por esse livro.
“Mas há algo mais entre nós também… me aterroriza, ao mesmo tempo que me faz sentir segurança. Ele faz com que eu me lembre de minha vida anterior, quando eu era cuidada, protegida, e vivia incólume e cercada por pessoas que eu amava. Como alguém pode ser tantas coisas diferentes? Como ele pode me fazer sentir tantas coisas diferentes?” (p. 152)
Laura Sebastian criou um universo extremamente bem construído e sem deixar nenhuma ponta solta. Mesmo esse sendo o seu livro de estréia, a autora demonstra ter a habilidade de anos e anos de escrita. Eu me encantei tanto pela narrativa eloquente dela que não queria parar a leitura por nada nesse mundo.
“…esse é o filho do homem que destruiu tudo e todos que eu amava. O garoto que matou nove pessoas de meu povo porque o pai dele mandou. Eu não deveria gostar da sensação da mão dele na minha, mas gosto.” (p. 161)
Princesa das Cinzas é o primeiro livro de uma trilogia que contara a jornada da princesa Theodosia na busca por libertar o seu povo, reconquistar sua casa e se tornar uma Rainha do Fogo assim como suas antecessoras. Editora Arqueiro como sempre investindo em histórias espetaculares.
“Este é o único mundo que ela conhece e, embora seja um pesadelo para mim, é um mundo em que ela se sente à vontade. Suponho que seja fácil sentir-se a vontade em um mundo no qual você está por cima. É fácil não notar aqueles em cujas costas você pisa para se manter no alto. Eles não são nem vistos.” (p. 212)
“- Porque é assim que a água funciona. O rio flui, empurrando a pedra, mesmo sabendo que ela não vai se mover. Ela não precisa fazer isso. As correntes passam por ali por um certo tempo e até mesmo a mais forte das pedras cede. Pode levar uma vida inteira ou mais, mas a água não desiste.” (p. 232)
“- Não são as coisas que fazemos para sobreviver que nos definem. A gente não se desculpa por elas – diz ela baixinho, sem tirar os olhos dos meus. – Talvez eles a tenham ferido, mas, por causa disso, você agora é uma arma mais afiada. E está na hora de atacar.” (p. 234)
“No entanto, eu não sou mais a Princesa das Cinzas, não sou mais lady Thora. Meu nome é Theodosia Eirene Houzzara e, como minha mãe e todas as minhas antepassadas antes dela, sou uma Rainha do Fogo, com o sangue de um deus nas veias.” (p. 297)