Sinopse:
“QUAL A ARMA MAIS LETAL DO MUNDO? OS SEGREDOS DAS PESSOAS.” Uma garota de dezesseis anos desaparece durante uma excursão escolar. Mas não se trata de qualquer garota. Dois anos atrás, ela esteve à beira da morte, e quando foi encontrada, ninguém acreditou que sobreviveria. Agora, há dois meses desaparecida, não restam dúvidas de que esteja morta. Rastros de sangue e um colar arrancado são as únicas pistas. Pressionados, os policiais estão desesperados por respostas, mas ninguém na longa lista de suspeitos parece ter forte motivação para cometer um crime. Até que o caso vira de cabeça para baixo e segredos muito bem enterrados emergem para revelar o lado cruel de um lugar aparentemente tranquilo. No meio de tantos possíveis culpados, os inocentes é que estão mais aflitos… porque alguns deles começaram a morrer.
A história que lhe será contada aconteceu no Cecap. Foi real, mais real ainda pra todo mundo que mora lá ou tanto quanto outra que se veja no telejornal. Todo mundo passou por tudo, de certa forma. É provável que você tenha acompanhado pelos jornais, apareceu em quase todos e não foi só nos de São Paulo. Imagino que nem que seja pela internet você deva ter visto.
Ou sentido. O desespero, a angústia, o medo. O que parecia um lugar seguro se tornou um poço de desconfiança. É como se qualquer um ao seu redor se tornasse, de repente, suspeito. De sequestro e de coisa pior. Se é que dá pra medir esse tipo de coisa.
A jornalista Sarah nos dá o panorama do crime que parou o Cecap, que bagunçou a vida de muita gente. Ela mostra os trechos das gravações, as conversas, as lembranças e tudo mais que foi manchete. É claro que, ao longo da jornada que é a procura de Kika, ela também dá sua opinião. Mas, não vamos nos adiantar.
“Esperar. É a tortura de qualquer parente nessa situação. Muitas vezes, esperam para sempre. Seus amados foram embora e nunca mais voltarão.”
Foi a Kika quem desapareceu, aquela garota linda que ganhou o concurso de Miss Guarulhos e depois aconteceu aquela barbaridade. E, dois anos depois, ela desaparecida. É de dar aperto no coração, ainda mais quando se conhece a mãe dela, a Maria João. Dois dedos de prosa a gente já percebe que ela é pessoa boa, querida, coração bom, sabe?
Imagina a angústia de quase perder a filha uma vez e, depois, ela sumir? Tem coisas que jamais se deseja pra alguém, por mais que não seja alguém que sejamos próximos ou gostamos muito. Essa é uma delas. Mãe é o tipo de criatura que jamais deveria passar esse tipo de aperto no peito.
E, falando em aperto, é como a Polícia fica, os investigadores, toda pista parece sempre dar em nada. Nada de nada. E daí, quanto mais se cava, mais ideias surgem, mais sem sentido fica e parece que todos são culpados ou ninguém o é. São vários personagens-pessoas-suspeitos-inocentes-culpados que se misturam a todo tempo.
“Como seria possível que uma garota de dezesseis anos sumisse do mapa sem gritos? Sem testemunha? Sem vestígio?”
Tem segredo sujo que parece ainda grudado debaixo da unha das pessoas, um ar pesado e sensação de embrulho no estômago que atinge até o colégio que a Kika estudava. E aqueles que eram próximos dela, qualquer um que, um instante sequer, tenha passado perto dela, por bem dizer. Tem segredo pipocando, mas as peças não se encaixam e, ao correr os olhos pelas novas manchetes, é preciso reler. Será mesmo possível? Como ninguém pensou nisso antes? Como ninguém esperava por isso? Como que ninguém viu? Como mesmo que isso aconteceu? Será verdade?
Quando ela desapareceu ficou um buraco, dele saiu fedor, coisas horríveis, bullying, injustiça, crimes, um bando de coisa muitas vezes varrida pra debaixo do tapete, por medo, por não acreditar, até por amor. E então, muita gente abriu os olhos, máscaras caíram e o horrível tomou forma. Será isso mesmo?
“Eu via meus amigos próximos virarem bárbaros, estava, seriamente falando em espancar gente. Perdi o chão ao refletir como a violência é fácil. Lembrei-me daquilo que o próprio pastor Bartolomeu tinha exclamado à mesa, durante o jantar: ‘O diabo é nosso vizinho no dia a dia, sabe? É tão presente que… bem, que poderia muito bem estar aí, sentado na mesa com a gente’.”
Quando Ela Desaparecer é um misto de investigação policial, suspense e mistério, pronto para fazer brotar mil e uma teorias na mente do leitor, mas jamais permitir que a verdade brote no meio disso, ela foi enterrada muito bem pelos culpados, estão sempre a dois passos à frente de quem desbrava as páginas do livro. Repleto de críticas sociais e ao sistema investigativo policial brasileiro, o livro é uma leitura ágil e traz um caso curioso a ser estudado: quando ela desaparecer, o que será que vai surgir?
O livro foi recebido em parceria com a Faro Editorial que mais uma vez mostrou primor na edição: uma capa instigante, uma edição repleta de destaques, que separa bem as narrativas temporais do livro, que traz imagens e textos em destaque para contribuir na narrativa investigativa. Um prato cheio para os olhos e para a mente.