Sinopse:
Eles dividem um apartamento com uma cama só. Ele dorme de dia, ela, à noite. Os dois nunca se encontraram, mas estão prestes a descobrir que, para se sentir em casa, às vezes é preciso jogar as regras pela janela. Três meses após o término do seu relacionamento, Tiffy finalmente sai do apartamento do ex-namorado. Agora ela precisa para ontem de um lugar barato para morar. Contrariando os amigos, ela topa um acordo bastante inusitado. Leon está enrolado com questões financeiras e tem uma ideia pouco convencional para arranjar dinheiro rápido: sublocar seu apartamento, onde fica apenas no período da manhã e da tarde nos dias úteis, já que passa os finais de semana com a namorada e trabalha como enfermeiro no turno da noite. Só que tem um detalhe importante: o lugar tem apenas uma cama. Sem nunca terem se encontrado pessoalmente, Leon e Tiffy fecham um contrato de seis meses e passam a resolver as trivialidades do dia a dia por Post-its espalhados pela casa. Mas será que essa solução aparentemente perfeita resiste a um ex-namorado obsessivo, uma namorada ciumenta, um irmão encrencado, dois empregos exigentes e alguns amigos superprotetores?
Esse livro foi uma surpresa muito boa. A editora enviou sem avisar, mas resolvi ler sempre que tivesse um tempinho, pois fiquei muito curiosa. Como seria possível dividir a cama com alguém que nunca se viu? Seria alguma história sobrenatural? Eu precisava saber. Hahaha
Às vezes, a felicidade simplesmente acontece.
Tiffy tinha um histórico conturbado com o namorado, mas saber que ele estava noivo de outra, parecia colocar um fim na relação. Ela precisava de um novo lugar para morar e que coubesse no orçamento.
O irmão de Leon foi preso por um crime que não cometeu. Mas não seria nada fácil provar, já que a maioria por lá alegava inocência e gente influente estava envolvida na acusação. Eles precisavam de toda grana possível para pagar os advogados.
Com o trabalho no hospital, Leon só ficava em casa durante o dia, por isso teve a ideia de colocar o apartamento para alugar no período da noite. Eu já tinha achado loucura o suficiente, mas piorou quando Tiffy viu o anúncio e eles fecharam contrato. Não consegui descobrir quem era mais maluco. Hahaha Mas levando em consideração o desespero de ambos, compreendi um pouco, muito pouco.
Leon namorava, então o combinado era que ela falaria o que fosse necessário com a nova inquilina e eles nunca, jamais poderiam de encontrar. Todos ficaram de acordo.
Não preciso encontrar uma pessoa pessoalmente para conhecê-la.
A história ganha uma fofura intensa quando Tiffy começa a deixar bilhetes para Leon. Eles começam com coisas do tipo “por favor mantenha a tampa do vaso fechada”, mas o carisma da moça o conquista e logo surgem pequenos detalhes de suas vidas pessoais, mesmo sem ao menos falarem pelo telefone.
Quando Tiffy atende um telefonema do irmão de Leon, eles conversam um pouco e ela descobre sobre a prisão. Por algum motivo, ela se sente comovida, envolvida e após conhecer toda a versão deles da história, fica obcecada com a ideia de ajudar, já que uma das suas melhores amigas é advogada. Nesse ponto a história se torna um suspense policial e somos transportados com eles para a investigação.
Quando repetimos uma verdade vezes o bastante, quando nos esforçamos o suficiente, um dia funciona.
Leon se viu muito grato e constrangido pela ajuda. A história gira em favor deles e somos surpreendidos com um romance bem inusitado. Como se relacionar com alguém com quem você já divide a cama, mesmo que em horários diferentes? Já era muita coisa para assimilar, mas ainda temos o agravante de o ex de Tiffy voltar nas catacumbas e se mostrar um manipulador nato que a afeta intensamente. Sempre achei que as agressões só pudessem ser físicas, mas nessa história vi uma alma ser mutilada psicologicamente. Justin se tornou um dos vilões mais cruéis que já li, pois a mera possibilidade da felicidade de Tiffy o transtornava, de uma maneira assustadora.
Quero que ele vá embora, de verdade, não só da minha vida, mas da minha cabeça também.
Por acabarem envolvidos também nas partes mais caóticas da vida do outro, Leon e Tiffy se tornaram necessários, de um jeito muito fofo, nos apresentando um tipo de relacionamento dos sonhos, quando nossos defeitos não assustam, mas nos atraem ainda mais.
(…) tudo parece bom demais, como se não merecêssemos isso, como se estivéssemos pegando felicidade demais e não deixando o suficiente para o restante das pessoas.
Essa foi uma história muito diferenciada. A autora trouxe temas polêmicos, intensos, mas com uma narrativa leva e engraçada. Os capítulos alternam a narrativa entre os protagonistas, em primeira pessoa, mas com uma escrita tão exclusiva para cada que até parecia escrito por dois autores.
Me apaixonei pelo conteúdo rico que foi abordado, tão atual e necessário.
Lembro a mim mesmo que não posso salvar ninguém: isso está nas mãos da própria pessoa. O melhor que podemos fazer é ajudar quando elas estiverem prontas.
É do tipo que se devora. Recomendo muito e agradeço demais a Editora Intrínseca por esse presente.
Tive o prazer de trocar poucas palavras com a autora, quando ela respondeu meus stories no Instagram e ela é uma fofa, gente. Deu até gosto. Acompanhem o trabalho dela: Beth O’Leary.