A Grande Solidão

Kristin Hannah

Editora: Arqueiro

Páginas: 400

Ano: 2018

Sinopse:

Kristin Hannah já vendeu mais de 15 milhões de livros no mundo. A Grande Solidão vendeu 200 mil exemplares em apenas dois meses nos Estados Unidos. Alasca, 1974. Imprevisível. Implacável. Indomável. Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência. Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca. Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor. Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos. Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa. A Grande Solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

A grande solidão foi o meu primeiro contato com a escrita da Kristin Hannah e tenho certeza que comecei com o pé direito, por todas as emoções que esse livro me trouxe. A um leitor mais sensível aviso desde já que a história possui alguns momentos que causam desconforto, ocasionando talvez um gatilho emocional.

“É como se a coluna dele estivesse quebrada, dissera a mãe. E você não deixa de amar uma pessoa quando ela está machucada. Você fica mais forte para que ela possa se apoiar em você. Ele precisa de mim. De nós”

Essa é um livro de ficção, mas que trouxe uma realidade obscura que ocorre desde antes de 1974 e perdura até os dias de hoje, a tão dolorosa violência domestica. Em qualquer aspecto da vida essa situação é extremamente dolorosa e revoltante, e no Alasca de 1974, isolados de civilização, onde o vizinho mais próximo estava a quilômetros de distancia, a autora trouxe um cenário cruel e perigoso, onde a selvageria humana dá as caras da pior forma possível.

“– Dois tipos de pessoas vêm para o Alasca, Cora: as que estão fugindo para alguma coisa ou as que estão fugindo de alguma coisa. É bom ficar de olho nas pessoas do segundo tipo. O Alasca pode ser a Bela Adormecida em um minuto e uma traidora com uma espingarda de cano serrado no outro. Há um ditado: Aqui só se comete um erro. O segundo vai matar você.”

O nome Alasca tem origem na palavra alakshat, que no idioma esquimó significa “grande terra”. E por todas as descrições da autora durante a narrativa, pude perceber a grandiosidade desse Estado conhecido como a última fronteira selvagem.

“Ela viu que na vida real não era assim. Era tristeza rasgando você por dentro, mudando como você via o mundo.”

A história e o lugar onde ela se desenvolve foi uma combinação incrível, pois tratar de assuntos tão perturbadores quanto esses em um local até então considerado feroz, me deu uma perspectiva horripilante sobre a vida.

“A verdade era que o inverno tinha apenas começado. O frio e a escuridão iam durar por muito, muito tempo, e elas estavam sozinhas ali, presas com o pai. Sem um número de emergência e ninguém para ligar e pedir ajuda. Durante todo esse tempo, o pai ensinara a Leni como o mundo exterior era perigoso. A verdade era que o maior perigo de todos estava dentro de sua própria casa.”

Sentimentos como raiva, frustração, desespero, agonia e tristeza causaram uma dor profunda no meu coração. Entretanto, a beleza do Alasca e a possibilidade de um novo futuro, novas descobertas, trouxeram esperança, alegria, conforto, refrigério e a perspectiva de um novo e belo amanhã.

“E de repente Leni compreendeu a realidade de seu mundo, a verdade que o Alasca, com toda sua bela dureza, havia revelado. Eles estavam aprisionados pelo meio ambiente e pelas finanças, mas sobretudo pelo amor doentio e distorcido que unia seus pais.”

Chorei com esse livro como se toda a água do meu corpo estivesse escorrendo pelos olhos. Essa foi uma leitura que mudou a minha vida, e permanecerá sempre em minha alma. Agradeço a autora por apesar de todo o sofrimento, ter dado ao livro um final merecido. Leni e Cora, como esquecer vocês? Impossível.

A grande solidão é uma história intensa, dolorosa, mas extremamente necessária.

“E os livros! Nunca tinha visto tantos. Eles lhe sussurravam sobre mundos inexplorados e amigos desconhecidos, e Leni percebeu que não estava sozinha nesse mundo novo. Seus amigos estavam ali, com as lombadas à mostra, esperando por ela como sempre tinham feito.”

Publicado em: 12/05/2020

2 Comentários

  1. Marina Mafra12 maio, 2020Responder
    • Kalyne Alasquiana Lauren13 maio, 2020Responder

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