Sinopse:
Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí, seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como As crônicas de Nárnia. Nos últimos cinquenta anos, As crônicas de Nárnia transcenderam o gênero da fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. Cada um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações. Enganosamente simples e diretas, As crônicas de Nárnia continuam cativando os leitores com aventuras, personagens e fatos que falam a pessoas de todas as idades.
É um pouquinho absurdo que eu tenha demorado tanto para fazer uma resenha de um livro do C.S. Lewis, considerando que é um dos autores que mais admiro.
Não haveria mundo melhor do que Nárnia para compensar tal negligência.
As crônicas de Nárnia são as mais famosas obras de fantasia do autor, também conhecido por publicar livros de não-ficção.
Inclino-me a quase afirmar como regra que uma história para crianças de que só as crianças gostam é uma história ruim.
É uma verdade inegável que esse é um compilado de livros infantis. São sete livros ao todo: O Sobrinho do Mago, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, O Cavalo e seu Menino, Príncipe Caspian, A Viagem do Peregrino da Alvorada, A Cadeira de Prata e A Última Batalha (na ordem cronológica) que narram desde o surgimento de Nárnia até o “final dos tempos”.
Mas, apesar do publico alvo ser declaradamente infantil, é capaz de cativar leitores de todas as idades — especialmente àqueles que carregam o gosto pela literatura fantástica no coração.
O próprio Lewis disserta sobre algo como isso em um de seus ensaios, ”Três maneiras de escrever para crianças”, em que compara a apreciação aos contos de fadas na maturidade ao hábito de, na fase adulta, ainda tomar limonada.
Porém, se eu tivesse de perder o gosto por limonada para admitir o gosto pelo vinho, isso não seria crescimento, mas simples mudança. Hoje em dia já não gosto somente de contos de fadas, mas também de Tolstói, Jane Austen, Trollope, e chamo isso de crescimento; se tivesse precisado deixar de lado os contos de fadas para apreciar os romancistas, não diria que cresci, mas que mudei.
As grandes vantagens dessa saga são a linguagem simples e a dinâmica das histórias, sempre muito envolventes, com personagens cativantes e plots interessantes.
Diferente do que se espera ao assistir aos filmes (essa foi uma das poucas obras cuja adaptação assisti antes de ler), a trama completa vai muito além dos irmãos Pevensie, reis e rainhas originais de Nárnia e se passa em muitos momentos da história deste mundo.
O tempo que a gente passa aqui não leva tempo em nosso mundo. Entendeu?
Apesar de não ter sido o primeiro livro publicado (este foi o Leão, a feiticeira e o guarda roupa), Lewis gostava de indicar que o leitor comece a se aventurar por O sobrinho do mago, que conta como Nánia surgiu e a história do seu primeiro visitante do “mundo natural”, ninguém menos que o professor que abriga Pedro, Suzana, Lúcia e Edmundo durante a guerra, na sua infância.
Digory e sua amiga Polly são transportados para essa dimensão mágica depois de colocarem nos dedos, anéis que eram propriedade de um mago, dando assim, início à série de aventuras.
Nada acontece duas vezes da mesma maneira.
Ao longo das crônicas, outros personagens vão surgindo, sempre crianças do mundo real (exceto por O cavalo e seu menino, que conta a história de um legítimo narniano) que chegam a Nárnia de uma maneira diferente, anéis mágicos, pinturas na parede ou o famoso guarda-roupas, e vão passar por inúmeras aventuras.
Nem tudo está perdido como parece… sabe, coisas extraordinárias só acontecem a pessoas extraordinárias, vai ver é um sinal que você tem um destino extraordinário, algum destino maior do que você pode ter imaginado.
Além de tudo isso, é importante dizer que há uma forte alegoria ao cristianismo em todos os volumes, que são repletos de trechos com referências de valores e passagens bíblicas, o que traz uma reflexão sobre fé e esperança e, principalmente, sobre o que motivou C. S. Lewis a criar esta história fantástica.
– Está também em nosso mundo? – perguntou Edmundo.
– Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor.