Sinopse:
Marguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas. Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir. Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois? Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?
Uma ficção científica com muito romance
O primeiro livro da trilogia Firebird conta a história de Marguerite Caine, uma garota que tenta a todo custo vingar o pai, covardemente assassinado por um de seus pupilos.
“Eventualmente, você vai se acostumar com a dor. Vai se esquecer de quem era antes dela, da sua aparência antes das cicatrizes.”
Marguerite (ou Meg) é filha de dois físicos aclamados e, por causa disso, cresceu em uma casa muito frequentada pelos alunos dos pais, todos jovens cientistas promissores.
Um dia, a mãe dela consegue finalmente concretizar sua mais ambicionada invenção: o Firebird, um dispositivo capaz de dar acesso a diversas dimensões.
Acontece que a descoberta causa tanto alvoroço que Henry Caine, o marido da inventora e pai de Marguerite, acaba sendo assassinado, tendo como principal suspeito seu aluno preferido, Paul Markov.
“Qualquer que seja a força que continua nos colocando juntos em um mundo atrás do outro, é poderosa. Inegável. Mas ainda não sei se essa força será minha salvação ou minha destruição”
Paul assina sua maior evidência de culpa ao utilizar o dispositivo da mãe de Marguerite para fugir do suspeito crime, desaparecendo entre as realidades paralelas.
A fim de vingar o pai, a garota decide segui-lo, disposta a ir até as últimas consequências para fazer justiça com as próprias mãos.
Nessa empreitada, Meg terá a ajuda de um outro estudante, Theo, que atualizou um par de antigos dispositivos — protótipos do Firebird que Paul roubou — para que eles mesmos pudessem também fazer a viagem.
“A ciência é a janela mais espetacular de todas. Dá pra ver o universo inteiro através dela.”
Na história, em cada dimensão que a pessoa “acessa”, sua “forma humana” também existe. Assim, então, o viajante é capaz de assumir sua vida equivalente, habitando o corpo e dominando os pensamentos do seu “eu” paralelo.
Desse modo, Meg adota as personalidades mais inusitadas em diferentes contextos, o que é um ponto de originalidade na história.
As diferenças marcantes entre cenários, as descrições das ambientações, as nuances de linguagens, são detalhes que tornam tudo mais interessante.
“Leva tempo para se apaixonar realmente por alguém. Mas acredito em momentos. O momento em que você descobre a verdade sobre alguém e vislumbram a verdade dentro de você. Nesse momento, você não pertence mais a si mesma. Não realmente”.
Apesar das fortes evidências de Sci-fi na configuração, a história também tem muito (e talvez principalmente) de romance, incluindo um triângulo amoroso que pode (ou não) ser bem recebido.
A escrita é fluida e divertida, com elementos suficientes para manter o leitor preso às páginas, principalmente depois da primeira metade.
“Eu amaria você em qualquer corpo, em qualquer mundo, com qualquer passado. Nunca duvide disso.”
Alguns plots também podem surpreender, especialmente o final, mas talvez não aconteça aos mais atentos (admito que foi o meu caso).
De qualquer maneira, gostei muito da história e quero muito ler os dois próximos volumes da série para conferir o desenvolvimento e fechamento desse enredo.
“Você só cruza a linha da maturidade na primeira vez em que sofre uma mudança que é eterna.”