Sinopse:
Atenção: Este livro retrata situações de violência contra a mulher que podem ser considerados gatilhos. Cantar, dançar e fingir. Palavras utilizadas por Thainá há mais tempo do que ela conseguiria contar. Cantar para tentar sobreviver a tudo de ruim que a cercava. Dançar sem perder o ritmo, mesmo com todas as dores que sentia. Fingir que nada acontecia, para que o mundo não desabasse sobre ela. Agora era hora de aprender um novo verbo: lutar, contra todas as amarras que a prendiam, para que tenha forças para recomeçar, para se refazer.
A maioria das mulheres em todo o mundo sonham com uma vida plena e feliz em seus relacionamentos. O que não é estranho, já que o gostinho de amar e ser amado é o melhor que existe. Mas, quando o dito amor se torna um pesadelo, não é fácil encontrar a liberdade para quem está inserido na relação.
Sabemos que as vítimas de violência doméstica, apesar das leis de proteção, só crescem. Então, diante desse cenário, a autora Carol Dias, aborda aqui o processo pelo qual a vítima e seu agressor passam até enfim chegar a um desfecho.
“As palavras doces não podem servir de band-aids para as feridas. A maioria delas não pode ser curada com tanta facilidade.”
Thainá é uma integrante de destaque da banda Lolas, que está estourada em todo o mundo. O sonho de menina que se tornou realidade, mas que por detrás daquela garota animada, que gosta de dançar e se cuidar, encontra-se uma mulher que se vê perdida e vulnerável em seu relacionamento com o possessivo Matheus.
Vítima de agressões físicas, psicológicas e sexuais, Thainá tenta esconder suas dores e marcas com um belo sorriso e uma boa maquiagem, afinal, para ela, Matheus precisa apenas de tratamento, e com o tempo as coisas melhorariam.
“Toda vez que eu chorava ou demonstrava minha fraqueza, as pessoas a minha volta estranhavam. Pelo fato de pensarem que nós tínhamos o relacionamento perfeito, ninguém esperava que minhas dores fossem tão sérias.”
Contudo, foi chegado o momento fatídico, esse que não daria para esconder das pessoas que mais amava e que a amam profundamente de volta; A agressão de Matheus dessa vez fugiu do normalidade em que Thainá já estava acostumada, e dessa vez, foi preciso mais do que maquiagens e sorrisos, mas ataduras, curativos, exames, remédios e uma força ainda maior para bater de frente com sua triste realidade. Entretanto, o mais importante para se reerguer ela encontrou nas amigas da banda, na mãe e no seu vizinho, Tiago, que salvou sua vida.
“Mas falhei. Falhei e não sabia como me reerguer. Se eu conseguiria me reerguer. Sofrer esse tipo de coisa mexe com a gente no íntimo. Faz você questionar sua capacidade, seu lugar no mundo. Faz você questionar sua fé.”
“Por favor” é uma obra curta, mas que traz consigo um assunto que mexe com todos nós, principalmente mulheres, que muitas vezes vivem com sapos disfarçados de príncipes e que não encontram forças para lutar contra o mal enquanto ele não a fere de forma profunda.
Sabemos o quanto tais vítimas são julgadas fracas por não dar as costas para seus relacionamentos, mas necessitamos entender que para quem está de fora é muito simples sair, mas quem está inserido ali, tem seus temores, não apenas pela sua própria segurança, mas pela segurança de quem está ao seu redor também.
Thainá é um personagem que nos encanta com sua doçura, e principalmente nos faz querer ter a força que teve para aguentar todo aquele sofrimento, e ainda assim, sair viva do martírio em que se sujeitou a viver por tanto anos.
“Chega de deixar Matheus vencer cada uma das minhas batalhas. Agora é hora de mostrar minha força, mostrar que eu posso e vou dar a volta por cima de tudo isso. Mostrar que minha felicidade depende de mim e de mais ninguém.”