Sinopse:
O que você faria se tivesse o poder em suas mãos? “Jogos vorazes encontra O conto da aia.” (COSMOPOLITAN) Em um futuro próximo, as mulheres desenvolvem um estranho poder: elas se tornam capazes de eletrocutar outras pessoas, infligindo dores terríveis... até a morte. De repente, os homens se dão conta de que não estão mais no controle do mundo. “Um olhar fascinante no que o mundo poderia ter se tornado se o sexismo dos últimos milênios tivesse tomado rumos diferentes. Engenhoso... merece ser lido por todas as mulheres (e, claro, por todos os homens).” (THE TIMES) “O poder é uma leitura explosiva.” (FINANCIAL TIMES) “Um romance envolvente, que nos obriga a encarar uma distopia que já existe... e que está entre nós há séculos.” (MICHAEL SCHAUB, NPR)
O conhecimento vale o mesmo que a liberdade. (pág 19)
Fiquei pensando durante dois dias após concluir essa leitura como faria uma resenha que realmente chegasse a traduzir com precisão o que O Poder fez comigo. Mas a verdade é que poderia passar uma semana, duas, três, um mês e até anos, e ainda assim certamente minhas palavras seriam insuficientes para enaltecer essa obra, que não por coincidência, mas por merecimento foi eleito um dos melhores livros de 2017 pelo The New York Times.
O Poder é uma distopia que a princípio é narrada por quatro pessoas, mais o menos na mesma época em que o mundo que elas conheciam começou a mudar.
A primeira que conhecemos é uma jovem britânica chamada Roxy, e é por sua causa que logo nas primeiras páginas senti que esse livro entraria para minha lista de preferidos da vida.
Roxy mora com a mãe, seu pai é um grande mafioso. Ela é fruto do relacionamento extraconjugal deles. Acontece algo que desperta o Poder pela primeira vez em Roxy, algo que não vou contar por se tratar de spoiler, após isso já caímos em outro narrador, agora imaginem meu desespero para chegar novamente na mesma parte.
Tunde é um jovem no auge da puberdade, diferente de Roxy ele não possui o Poder, mas após um encontro caloroso com uma garota ele o sentiu, ainda que não tivesse ideia do que realmente aconteceu.
Allie mora nos Estados Unidos com um casal que a adotou depois de ter passado por vários lares provisórios. A garota escuta uma voz em sua cabeça que lhe fala que chegou a hora, assim ela libera seu Poder e vai embora sem olhar para trás.
Margot, diferente dos três primeiros é a única adulta. É presidente em ascensão, e após ver o mundo mudar por causa do Poder entende que é chegada a hora de sonhar mais alto.
Agora vamos falar o que é o Poder e como ele se manifesta. O livro começa a ser narrado dez anos antes do grande acontecimento. Em todo o mundo meninas entre 12 a 16 anos começam emanar eletricidade do próprio corpo com as mãos, elas possuem uma anomalia na clavícula chamada de trama, que as fazem soltar raios de alta voltagem.
Tudo começa a virar uma grande confusão. Com o passar do tempo elas descobrem que podem ativar o Poder em mulheres mais velhas. E mesmo os melhores cientistas não conseguiam explicar o porquê de serem apenas mulheres.
Era uma felicidade estar vivo naquela aurora. (pág 75)
Eu queria poder dar mais detalhes da história, mas acho que isso tiraria um pouco do brilho. Foi uma experiência incrível ir descobrindo as coisas junto com os personagens.
Foi uma leitura que me prendeu do início ao fim, e conforme o aviso de que “o grande acontecimento” se aproximava, minha ansiedade para saber o que iria acontecer só aumentava.
Fiquei perplexa com as cenas que foram tão bem descritas, principalmente as de torturas, tive que pausar a leitura em alguns momentos porque a vontade de vomitar foi grande. A ideia de imaginar mulheres, homens, crianças, pessoas morrerem de forma desumana é de fazer doer todos os ossos, pior ainda é ter a certeza de que isso realmente acontece.
É uma história sobre as coisas que acontecem bem quando você não está esperando. Bem naquela noite em que você achou que não ia acontecer nada, acontece de tudo. (pág 131)
Ele ri e ela ri, sem fôlego, como dois tipos no meio de uma tempestade. Os corpos dos dois foram reescritos pelo sofrimento. (pág 317)
Apesar do livro se tratar de uma ficção e por esse motivo respirarmos mais aliviados, porque imaginar um mundo que exista tal coisa pareça surreal, imoral e terrível, basta olhar com cuidado e inverter os papéis, coloquem os homens no poder e perceba que vivemos exatamente o que livro retrata.
Pode ser que alguém chegue a cogitar que seja uma leitura feminista, mas, por favor, não seja essa pessoa. O livro vai muito além disso, ele fala sobre onde as pessoas são capazes de chegar por fanatismo e até mesmo por poder no sentido real da palavra, fala como o espírito de sobrevivência do ser humano é gritante.
Enfim, eu poderia passar horas e horas dando inúmeras razões para que essa leitura entre em suas prioridades como leitor, mas só vou dizer que com toda certeza O Poder foi minha melhor leitura de 2018, e que acho quase impossível algum livro roubar esse posto.
Por baixo de cada história, existe outra história. Existe uma mão dentro da mão. (pág 343)
É o baile dos Cavaleiros do Apocalipse. (pág 263)
Agora falemos da diagramação, que a editora Planeta arrasa em suas edições eu já estou cansada de dizer, mas esse realmente ela fez questão de brilhar. A capa é dura, e tem uma espessura que acredito ser a mais grossa da minha estante, as páginas estão cheia de detalhes que aguçam os olhos do leitor. Uma obra, esse livro é uma obra.
Para finalizar, indico a leitura para todos amantes de distopia e ficção, aliás, indico à todos, por favor, leiam essa obra e tirem suas próprias conclusões.