Sinopse:
Amber Appleton tem dezessete anos, está no ensino médio e mora em um ônibus. Desde que o namorado da mãe as expulsou de casa, Amber, a mãe e Bobby Big Boy, o leal vira-lata da adolescente, estão acampados no Amarelão, o transporte escolar que a mãe de Amber dirige. Apesar de as coisas não estarem boas para o seu lado, Amber, que se autoproclama Princesa da Esperança, se recusa a desistir. Em vez disso, ela foca todas as energias em ajudar as pessoas à sua volta: incluem-se aí a mãe alcóolatra, os amigos estranhos e excluídos, o Padre Chee e as Divas Coreanas por Cristo, uma octogenária cega e pessimista e um veterano de guerra solitário que escreve haicais. Mas quando uma tragédia faz seu mundo desabar por completo, Amber não consegue mais enxergar a vida com os mesmos olhos. Será que no meio de tanta tristeza e sofrimento ela vai recuperar a esperança?
Resenha:
Nunca conheci uma pessoa que merecesse mais do que Amber Appleton. Ela nunca se coloca em primeiro lugar. Está sempre inventando algum plano maluco para ajudar os outros, queiram eles ou não.
Amber foi incluída em um “clube muito especial” na escola. Basicamente foi obrigada a interagir com alunos com dificuldade de inclusão. Lá ela encontrou o único negro da cidade, um menino que não conseguia falar direito, um autista… ela sabia que não era muito esperta, teve medo de ter acabado em algum clube de estranhos, mas foi lá que conheceu seus melhores amigos. Passou a chamá-los de “meus meninos”, eles não eram apenas amigos, também cuidavam uns dos outros. Seus meninos eram Ty, Jared, Chad e Ricky. O clube era administrado pelo professor Franks e lá eles brincavam e interagiam quando não estavam em aula.
Enquanto brincamos, penso no quanto gosto desses meninos. Eles são gente boa. Amo muito, muito esses meninos. Todos do mesmo jeito. Meus meninos. Meus amigos.
Ela se tornou mais próxima de Ricky, não se incomodava com o fato dele ser autista. Donna Roberts, a mãe de Ricky, não sabia como agradecer Amber pelo carinho que ela dava para o filho e já a tinha como filha também. A casa dos Roberts era um segundo lar para ela e seu cachorrinho BBB, o seu primeiro lar era o ônibus amarelão.
Nenhuma dificuldade parecia afetar o humor de Amber e com um carisma quase inédito no mundo, ela cativava todos que cruzavam o seu caminho. A maior parte do seu tempo era gasto com ações sociais.
Sempre que alguém me encara como se quisesse me dar um murro, olho a pessoa nos olhos, abro um sorriso enorme, aceno e digo: “Espero que seu dia seja ótimo!” É muito doido, porque funciona mesmo. Se você não acredita, tente. Mesmo os mais emburrados ficam meio atônitos, e, depois, deixam um sorriso nascer no rosto, acenando de volta e dizendo algo legal, como “Deus a abençoe!” ou “O mesmo para você!”.
Quando era mais nova, conheceu a Igreja através de um amigo e a sua fé em Jesus Cristo, ou apenas JC como ela o chamava, era algo inspirador. De certa forma, nada realmente parecia faltar para ela.
Para algumas coisas não há explicação — nem motivo. Então, quando elas acontecem, não há nada sobre o que conversar. E é melhor não pensar nelas por muito tempo porque, se pensarmos, acabamos descobrindo que a vida não tem sentido.
Amber convencia qualquer um, mesmo que fosse pelo cansaço, mas era impossível não amá-la. Como foi o caso do antigo soldado de guerra, Jackson.
O professor da aula de História, pediu que escrevessem cartas para soldados que lutaram na guerra, mostrando agradecimento pelo que eles haviam feito pelo país. Cada um escreveu para um soldado, e o soldado Jackson foi o que ficou para Amber. Como ele foi o único que não respondeu, ela mandou outra carta e descobriu o endereço dele, mesmo sabendo que isso não era permitido. Antes da sua segunda carta ser entregue pelo correio, ela apareceu na porta do soldado, que a recebeu com muita frieza, destruindo o coração da menina. Quando ele finalmente recebeu a carta, percebeu que ela havia contado detalhes da sua triste vida pessoal, seu velho coração de soldado foi amolecido e aos poucos Amber conquistou um lugar na vida dele. BBB se apaixonou pela srta Jenny, cachorrinha do soldado Jackson, que correspondeu a paixão e passaram a se ver mais vezes para que seus cachorros pudessem “namorar”. Aos poucos perceberam que para um velho soldado ranzinza e uma jovem cheia de esperança, eles tinham muito em comum, até o gosto pela companhia em silêncio. Uma das paixões que compartilhavam era haicai, uma forma de poesia japonesa que possui três linhas e dezessete sílabas. Gostavam de escrever um para o outro.
Nós choramos juntos
As razões são diferentes
Mas ajuda muito.
Por onde Amber passava, ela conhecia diversas pessoas, com diversas personalidades. Ela as compreendia, as cuidava e encantava.
Não quero me gabar, mas sou meio que uma rockstar para essas pessoas.
Até que a vida a surpreendeu de forma brutal. Uma tragédia fez com que Amber perdesse o brilho, a esperança e a fé. Ela se fechou e não permitiu que ninguém se aproximasse. Todos que foram ajudados pela menina se sentiram impotentes e ficaram desesperados.
Só um milagre poderia ajudar a queridinha de todos. Um milagre e ela mesma.
A vida é uma corrida muito, muito longa, e a chegada costuma ser bastante solitária.
Amber descobriu que nem todas as perguntas possuem respostas e algumas respostas não são as que esperamos. Entendeu que a esperança é a melhor escolha e que quando você sorri para a vida, não se torna imune as desgraças, mas jamais ficará desamparado.
… é melhor você achar um jeito de aproveitar as partes que pode. Não dá para simplesmente desistir de viver.
Acredito que você fica livre de ser destruído por um livro desde que não se identifique com a história. Quem nunca chegou em um momento que a esperança pareceu uma forma de perder tempo? Amber confronta Deus e o universo por permitirem que acontecimentos a destruíssem. Quando pensei que a história fosse me dar um banho de religião e me trazer a famosa mensagem de que a fé é acreditar quando não se vê, o autor me deu um choque de realidade me mostrando que o fundo do poço é uma questão de percepção e desistir de nós impacta diretamente os que se importam com a gente. Chorei, chorei mesmo! E tenho certeza que Amber conquistará qualquer leitor. Leitura obrigatória!
Devemos considerar perdido todo dia em que não dançamos pelo menos uma vez. E devemos chamar de mentira toda verdade que não for acompanhada por pelo menos um sorriso. (Nietzsche)
Alguém já leu? O que acharam? 🙂
Beijo, Má.