Sinopse:
Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre. No Império Marcial, a resposta para o desacato é a morte. Aqueles que não dão o próprio sangue pelo imperador arriscam perder as pessoas que amam e tudo que lhes é mais caro. É neste mundo brutal, inspirado na Roma Antiga, que Laia vive com seus avós e o irmão mais velho. Eles não desafiam o Império, pois já viram o que acontece com quem se atreve a isso. Mas, quando o irmão de Laia é preso acusado de traição, ela é forçada a tomar uma atitude. Em troca da ajuda de rebeldes que prometem resgatar seu irmão, ela vai arriscar a própria vida para agir como espiã dentro da academia militar do Império. Ali, Laia conhece Elias, o melhor soldado da academia — e, secretamente, o mais relutante. O que Elias mais quer é se libertar da tirania que vem sendo treinado para aplicar. Logo ele e Laia percebem que a vida de ambos está interligada — e que suas escolhas podem mudar o destino do próprio Império.
“Esta vida não é sempre o que pensamos que será. […] Você é uma chama entre as cinzas, […]. Você vai brilhar e queimar, devastar e destruir. Você não pode mudar isso. Não pode parar.”
Laia é uma escrava que vive a opressão de seu povo pelo Império, Elias, um soldado que serve ao Império. Ambos personagens protagonizam a história fantástica desenvolvida por Sabaa Tahir.
“Olho para as estrelas baixas em um céu que me faz pensar que estou vendo o infinito. Mas, debaixo do seu olhar frio, eu me sinto pequena. Toda a beleza das estrelas não significa nada quando a vida aqui na terra é tão feia.”
Com capítulos intercalados, vemos Laia perdendo seus pais e sua última ligação por sangue, seu irmão, que foi levado pelo Império. Com isso ela se une à uma sociedade de rebeldes com plano de se infiltrar no Império e iniciar uma revolução, e consequente salvar seu irmão.
“O campo de batalha é meu templo.
A ponta da espada é meu sacerdote.
A dança da morte é minha reza.
O golpe fatal é a minha libertação.”
Já no ponto de vista de Elias, vemos que os soldados também vivem uma opressão pela sua comandante. Eles não são livres, e Elias ainda carrega o fardo de ser filho da comandante, o que o faz repensar sobre todas as escolhas de ser um “lâmina”, que envolvem violência mortal contra inocentes.
“Quatro eles são, e quatro traços buscamos:
Coragem para enfrentar seus temores mais sombrios
Astúcia para sobrepujar seus inimigos
Força de braços, mente e coração
Lealdade para domar a alma.”
O livro é incrível, nos faz lembrar em vários pontos da história matriz de Star Wars, com uma pegada medieval mas com enredo distópico. É impossível parar de ler pois ambos arcos nos levam à um nível de tensão fora de sério.
O nível da história se eleva no encontro de Elias e Laia, quando as histórias se cruzam meu amigo leitor, a leitura se torna extremamente viciante e angustiante.
“Existem dois tipos de culpa – digo em voz baixa. – A quele que é um fardo e aquele que lhe dá um propósito. Deixe que a culpa seja o seu combustível. Deixe que ela te lembre de quem você quer ser. Trace uma linha em sua mente e nunca mais a ultrapasse. Você tem uma alma. Ela foi ferida, mas está aí.”
Eu juro, Sabaa Tahir tem uma escrita fluida, rápida, e clara, que nos faz sentir sede da história, cenas de crueldade, fortes, e cenas de ação incríveis. O livro é inesquecível. A série é composta por 4 volumes, e a editora Verus já anunciou o lançamento do terceiro. Em breve a resenha do segundo sairá aqui no blog.
“O medo pode ser bom, […]. Pode te manter vida. Mas não deixe que ele a controle. Não deixe que ele semeie dúvidas em você. Quando o medo tomar conta de você, use a única coisa mais poderosa e mais indestrutível para combatê-lo: o seu espírito. O seu coração.”