A inconveniente loja de conveniência 🍙

Kim Ho-yeon

Editora: Bertrand Brasil

Páginas: 272

Ano: 2023

Sinopse:

ok-go mora na Estação Seul e passa seus dias olhando para a mesma loja de conveniência. Ele não tem lembranças do seu passado, mas sabe que daria tudo para beber uma dose de soju. Quando acha uma bolsinha com documentos e uma carteira, ele não faz a menor ideia de que sua vida está prestes a mudar. A senhora Yeom, uma professora de história aposentada, perdeu sua bolsinha na estação. Mas graças ao bom Deus que sempre a protege, assim que deu falta dos seus pertences, recebeu uma ligação de um telefone público informando que tinham sido encontrados. Ela fica tão grata que resolve levar Dok-go até sua loja de conveniência para lhe dar de comer. Ao ver a felicidade estampada em seu rosto, ela diz que ele pode passar lá todo dia e pegar uma marmita. Por uma reviravolta do destino, Dok-go acaba salvando a loja de um assalto. E, mesmo que os funcionários não confiem tanto assim nele, a senhora Yeom oferece ao homem com aparência de urso a vaga do turno da noite. Aos poucos, Dok-go surpreende a todos e cativa as pessoas ao seu redor. O problema é que o filho imprestável da senhora Yeom tem outros planos para o lugar. Ele quer vender a loja e, nesse ínterim, contrata um detetive para descobrir o que Dok-go vem tentando a todo custo esquecer.

Momento resenha:

Esse é um livro de um gênero que vem ganhando bastante relevância denominado healing literature (literatura de cultura em português), e como é comum ao estilo é um livro profundo e nem sempre tão fácil de ler. Esse livro em especial eu tive certa dificuldade de ler devido as mudanças de personagem que está narrando de um capítulo para o outro. Mas quando falamos da profundidade e dos temas envolvidos, esse é um livro 100% perfeito! 

Nesse livro temos como história de Dok-go, morador de rua que parece ter um coração enorme e um caráter incontestável. Mas sem lembrança alguma de seu passado. Ao fazer uma boa ação para senhora Yeom que é dona de uma loja de conveniência. Nas primeiras páginas já vemos o nascimento da relação desses dois personagens. E logo ele vira funcionário de Yeom na loja. Porém,  todas as informações que temos desse personagem, são rasas e distantes, não sabemos porque ele é tão diferente do que se espera de uma pessoa que não tem teto.

No decorrer do livro temos diversas pessoas que aparecem e somem, dando toques especiais a história e aos personagens principais, mas não se deixe enganar, esse livro é sobre Dok-go e sua forma peculiar de se relacionar com outras pessoas. 

Passamos todo o livro esperando uma resposta sobre quem realmente é esse personagem misterioso, e apenas no último capítulo esse segredo é relevado nas palavras e lembranças do próprio Dok-go, porém já aviso, é surpreendente e incrível.  Esse livro tem uma profundidade impressionante para 270 páginas. Não se fala simplesmente da importância da família e da confiança de outras pessoas. Mas trata também sobre sermos responsáveis sobre os nossos atos e sobre as consequências que nos recaem depois das decisões tomadas.

Moral do livro:

É um livro sobre valorizar as pessoas ao nosso redor, respeitando cada um deles, ouvindo de forma ativa de verdade e com total atenção, sobre estabelecer limites para qualquer relação que tenhamos seja familiar ou entre amigos. Quando perdemos a essência de quem somos, podemos perder totalmente o sentido da vida e as pessoas que amamos. Mas principalmente nos perdemos de nós mesmos. E ao tentar fugir de algo que possa ter acontecido no passado de nossas famílias, podemos repetir de uma forma similar sem perceber. Diálogo é o coração de toda e qualquer relação, sempre! Indico a leitura para todas as pessoas, logo todos os meus amigos ganharão esse livro de aniversário esse ano, se preparem! haha

Minha avaliação amadora é: ⭐️⭐️⭐️⭐️ 

Minhas citações favoritas

No fim das contas, vida era relacionamento, e relacionamento era comunicação. Percebi finalmente que a felicidade não estaca longe; estava em compartilhar o coração com as pessoas ao nosso lado.

Sempre sobre comunicação, sempre! Sou uma pessoa que tem aprendido isso na prática, e o livro trouxe isso de forma ainda mais clara e profunda.

Uma ponte era um caminho por onde passar, não um lugar de onde pular.

Eu nunca havia parado para pensar sobre a vida de um morador de rua, e como deve ser difícil entender o que te levou até ali. Eu entendo facilmente essas pessoas escolherem viver de forma isolada e com tendências ao alcoolismo. Com toda certezas essas pessoas buscam esquecer o passado que as levou a uma situação tão ruim e sem rumo.

Publicado em: 13/03/2024

01 Comentário

  1. Marina Mafra13 mar, 2024Responder

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