Um Acordo e Nada Mais (Clube dos Sobreviventes #2)
Mary BaloghEditora: Arqueiro
Páginas: 304
Ano: 2018
Sinopse:
Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado. No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento. Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los. No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida.
Olá meu caro leitor, como tem passado? Está se lembrando que agora minhas resenhas possuem um novo formato? Se quiser saber mais sobre a história além das minhas considerações, dê uma olhadinha na sinopse aqui na parte amarela logo acima.
“-… Talvez eu não esteja falando de um sonho, Srta. Fry, mas de um objetivo. Sonhos são desejos que provavelmente nunca serão realizados. Eu poderia fazer meus sonhos se realizarem. Na verdade é o que eu pretendo.” (p. 53)
Clube dos sobreviventes é uma série de sete livros da autora Mary Balogh que está sendo publicada pela Editora Arqueiro. Meu contato inicial com a escrita da autora se deu através do primeiro livro dessa série (Uma proposta e nada mais), e foi o que bastou para eu me encantar pela sua maneira sensível e emocionante de escrever histórias.
Em Um acordo e nada mais meu coração passou por varias etapas ao longo da leitura. Primeiro uma tristeza profunda por imaginar como devia ser difícil a vida de Vincent, o visconde de Darleigh. Eu tenho problemas nas vistas, só enxergo bem através de óculos, e a noite mesmo com eles eu possuo alguma dificuldade. As vezes reclamo que queria ter nascido com os olhos saudáveis, mas e se eu não enxergasse nada? Ou se perdesse definitivamente a visão em algum momento? Pois é, a cegueira de Vincent mexeu profundamente comigo, me fazendo ser grata a Deus pelos meus olhos.
“… Gosto da sua voz. Pode parecer terrivelmente tolo, eu sei. Mas quando não se pode enxergar, Srta. Fry, a audição e os outros sentidos se tornam bem mais acurados.” (p. 65)
Após essa tristeza inicial, percebi que o visconde não se deixou abalar pelo destino que lhe foi imposto, pelo contrario, continuou a viver sua vida da melhor forma possível, mesmo com todo o cuidado excessivo de sua família. E isso meus caros, é outra valiosa lição, se uma tragédia lhe acontece, dê graças por ainda poder viver, mesmo que seja com algum empecilho.
Um sentimento de compaixão muito grande se apoderou do meu coração quando conheci a Srta. Sophia Fry, só queria entrar nas paginas do livro e cuidar dessa garota, mostrar que ela era digna e que a vida ainda iria sorrir para ela. Eu sofro quando autores criam personagens tão desafortunados quanto Sophia, porem me alegro imensamente quando vejo esses mesmos personagens dando a volta por cima, e mostrando para toda a sociedade a força que possuem.
“Às vezes é preciso esforço e determinação para não se deixar simplesmente levar pela vida, sem mudar. A mudança tinha chegado, e ela tinha a chance de mudar – ou não.” (p. 142)
E assim foi meus caros, Vincent e Sophia entraram na vida um do outro com uma finalidade, mas o destino, aaaaah… esse sabe muito bem como trilhar todos os caminhos que existem em nossos corações.
“- Algumas pessoas escalam montanhas impossíveis. Algumas exploram lugares impossíveis. E o fazem simplesmente porque não conseguem ignorar o desafio do perigo ou da tentativa de realizar algo que pareça impossível.” (p. 217)
A escrita da Mary Balogh tem um poder incrível de fazer o leitor enxergar as perspectivas através dos olhos do próprio personagem, se envolver sentimentalmente na historia e perceber que a vida é um verdadeiro milagre. Além de possuir uma carga emocional muito forte, o romance e doçura da história possuem uma delicadeza única, que transformam a narrativa em uma das coisas mais belas desse mundo.
Um casamento por conveniência nem sempre permanecia apenas nesses termos antigamente. Vincent e Sophia conquistaram o meu coração, ele pelo modo de não deixar de viver mesmo tendo se tornado cego, e ela por acreditar que poderia ser uma pessoa mais forte, mesmo quando todos diziam que não. O amor é a jóia mais preciosa do universo. Recomendo esse livro profundamente, e mal posso esperar pela história do próximo sobrevivente.
“Naquele momento tudo aquilo foi ignorado por Vincent, pois o mundo inteiro se encontrava em seus braços. Ah, sim, e o Sol, a Lua e as estrelas.
E toda a eternidade.” (p. 291)