Até Onde o Amor Alcança

Júlio Hermann

Editora: Faro Editorial

Páginas: 176

Ano: 2019

Sinopse:

Talvez estar apaixonado seja uma das melhores sensações da vida. Saber que existe alguém que faz seu coração bater tão forte alegra o nosso dia, mas abrir o coração e deixar tudo para trás quando o amor acaba pode ser difícil. Mostrar vulnerabilidade, raiva, tristeza, perdão e reconhecer erros é o melhor caminho para crescer de verdade. “Ninguém avisa a gente que amar faz a pele arder e o peito dilatar, seja com as coisas dando certo ou não. Contos de fadas não duram muitos dias na vida real, o amor é o que faz tudo valer a pena. Torço para que você seja feliz, e que possamos caminhar juntos. Hoje eu quero o para sempre, mesmo sabendo que não posso controlar tudo. Há coisas minhas que são tão suas, a ponto de eu não ter coragem de colocar uma roupa nova sobre elas, porque eu não quero te esquecer.” “Foi muito bom te reencontrar nesse processo. Nas viagens de carro que fizemos, nas noites em restaurantes baratos e nos domingos de carnaval fechados em nosso próprio mundo, nós construímos algo especial.” “Suportamos isso. Ignoramos inclusive as partes chatas da existência. Esses momentos difíceis retornam, de vez em quando. Contudo podemos nos perdoar e ter novas chances.” JURAMOS QUE DURARIA PARA SEMPRE MESMO SABENDO QUE O AMOR NÃO VIVE DE PROMESSAS, MAS NÃO VAMOS DESISTIR!

Tive um pensamento por esses dias, sobre o começo e o fim e não tive grandes conclusões. Se um se emenda no outro, se o que acaba é porque nunca existiu e se uma outra coisa pode substituir o buraco que acabou de aparecer quando algo alguém vai embora…

Não sei, talvez seja invenção da minha cabeça essa falta tão grande que ainda reverbera em mim, mas de outro lado dizem que leva apenas um mês para nos livrarmos de um hábito. Será que esse tempo é suficiente para tirar você de mim? Será que você era um hábito? Será que o amor é um hábito?

“Me parece que o mais difícil no processo de esquecer alguém talvez seja lembrar-se de si.”

Parece que não. No fim das contas, ao menos não você, que parece impressa nos móveis da sala e no ar que chega junto do frio que faz meu corpo tremer. Eu tento não pensar em várias coisas e do nada quem bate é a ausência. Até… Até aquele segundo esbarrão no trem. Será que existe amor à segunda vista? Bem, se existe de primeira, por quê não? Imagino que seja assim, as dores do meu estômago diminuindo enquanto as suas também. Parece que o mundo inteiro voltou a florir, enquanto eu e você damos as mãos e rimos enquanto não deixamos que a cerveja esquente no copo mesmo nesse frio enregelado que ainda faz do lado de fora. É, o lado de dentro, você já aqueceu.

Parece que a operação tapa-buracos funcionou e, apesar de não ter durado só aqueles trinta dias milagrosamente prometidos, você agora é meu hábito, alcançando todas as partes da  minha vida e parece estranho não contar com você, seja lá para o que for.

“Talvez o amor seja um coração bêbado que não espera pela manhã de ressaca.”

E conto tanto e tanto e tanto, mas não até depois de amanhã. Eu penso no agora, porque é nele que eu vivo, e, de todo jeito, acho que você pensa bem mais no futuro do que eu. Talvez seja a razão pela qual você goste tanto dos filmes do Exterminador do Futuro enquanto eu, de Star Wars. É provável que não tenha absolutamente nada a ver com isso também, mas prefiro pensar que essa é toda a razão.

Aquela que nos fez ficar cada vez mais em casa e preparar uma macarronada qualquer porque a grana estava apertada no fim do mês. Mas isso não tinha importância, fato era que a gente eu me acomodei a você. Acomodei aos seus cômodos enquanto você ao meu sofá e o desconforto bateu forte porque é tudo apertado demais na minha sala.

“Você não tem direito nenhum de tomar posse do meu coração se não for para me amar direito.”

Isso até a gente não mais se falar e restar só aquele vazio, que eu já antes conheci e que, mesmo conhecendo, é completamente distinto. Você queria uma comédia romântica com final certeiro e eu, não faço ideia nem se devo viajar nas próximas férias. Inclusive planejamos, mas não fomos a lugar algum, lembra?

Eu lembro e vou pensando, levando cada parte esmigalhada de mim num frasco em que coloquei meu coração. Assim, quem sabe o amor não o alcance mais, mas, na verdade só quero manter todos os pedaços juntos para não se perderem até que, com a cola do tempo, eu chegue enfim a ver que os pedaços já batem novamente por um hábito novo. Quem sabe um que vai ficar mais tempo, ou o tempo todo.

“…às vezes, os meus silêncios inesperados são uma tentativa de não te ferir. Desculpa se te machuco por isso.”

Não sou muito de escolher favoritos, mas um dos textos-relatos-capítulos do romance saltou aos olhos, e, em sua página 118, sob o embalo de Rose do Honest Men, desembalei nas duas páginas que mais conversaram comigo. E, o dia que der vontade, eis que a página está marcada e as palavras lá a esperar junto da melodia… aliás, quase todas as citadas no livro reverberam na mente durante a leitura!

Até Onde o Amor Alcança do Júlio Hermann foi recebido em parceria com a Faro Editorial e tem uma edição lindíssima, cheia de ilustrações que acompanham os textos e poemas do autor. Um romance contado em pequenos textos encabeçados por títulos de músicas que se assemelham à vibe da leitura; um personagem que parece se misturar com o autor e que salta das páginas pela realidade de sua narrativa.

O texto-resenha de hoje, é inspirado na história e no estilo narrativo do livro. É um jeito de relatar um sentimento e , assim, contar uma história. A leitura do livro foi como abrir um blogue querido e ler post a post, dia a dia, conhecendo a vida, o amor que acaba, o que nasce e morre. É a contemporaneidade do romance, dos sentimentos e para saber, até onde, afinal, o amor alcança?

“Talvez nós só precisemos parar de chamar de amor o que [quem] já deixou de ser.”

Publicado em: 08/04/2019

9 Comentários

  1. Marina Mafra09 abr, 2019Responder
  2. Camila Carvalho09 abr, 2019Responder

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