Escrevi isso pra você

Iain S.Thomas

Editora: Sextante

Páginas: 280

Ano: 2018

Sinopse:

Você sempre me diz que foi bom enquanto durou. Que as chamas mais intensas são as que queimam mais rápido. Ou seja, você via em nós uma vela. E eu via em nós o sol. Escrevi isso pra você é uma coletânea de poemas contemporâneos sobre os diversos momentos do amor: a paixão e o encantamento dos primeiros tempos, o lento afastamento, a solidão a dois, a dor do fim e a esperança de novos começos. Reunindo cerca de 200 textos divididos em quatro partes – Sol, Lua, Estrelas, Chuva –, o poeta sul-africano Iain S. Thomas combina palavras profundas e intensas com fotografias frias e impessoais. O resultado é um livro que provoca uma explosão de sentimentos perturbadores e conflitantes, mas totalmente familiares a qualquer pessoa que já tenha amado e sofrido pelo menos uma vez. Conhecido nas redes sociais pelo pseudônimo pleasefindthis, o autor começou sua trajetória na internet, publicando poemas e fotos em seu blog pessoal. Com o tempo, seu trabalho ganhou repercussão, se transformou em livro e encantou milhares de leitores ao redor do mundo. Com extrema delicadeza, Escrevi isso pra você expõe a natureza frágil das relações humanas e as nuances líricas e obscuras do amor.

Resenha:

Acredito que não seja novidade que sou apaixonada por poesia. Sabendo disso, a Marina me incubio a belíssima missão de ler Escrevi Isso Pra Você da Editora Sextante. E desde o dia em que ela me falou desse livro, a minha ansiedade estava nas alturas. Quando finalmente ele chegou em minhas mãos, simplesmente não consegui parar de ler até que a última palavra tivesse sido ecoada devidamente em meus ouvidos.

“Existem milhões de formas de sangrar, Mas você é, de longe, a minha preferida.” (Página 67)

Escrevi Isso Pra Você é um livro que vai de encontro com diversos sentimentos que passamos diariamente ao longo de nossas vidas. Ele retrata fielmente as fases do amor, divididas em quatro partes – Sol, Lua, Estrelas e Chuva.

Apesar do amor ser o sentimento mais presente, temos muitos outros de igual importância.

Ao ler as palavras de Iain, é impossível não sentir o impacto que elas trazem. Meus olhos leram com tamanha facilidade, mas a verdade é que meu coração em diversos momentos deu uma leve despedaçada.

E se só as palavras não bastasse, ainda temos o combo das fotografias em cada poema, e preciso dizer o quanto elas foram necessárias nesse livro.

Na primeira parte, Sol, temos o amor na sua forma mais calorosa, na qual nos vemos radiantes, brilhantes, capazes de aquecer qualquer dia frio.

São poemas que descrevem a beleza de amar e ser amado, de como é reconfortante se encontrar no olhar do outro, de saber que tem morada fixa dentro do coração de uma pessoa que até pode não ser aquela que sonhou, nem tão pouco a que esperava apresentar para os familiares, mas é aquela que te aquece de dentro pra fora.

“Já fingi que tinha ficado louco para lhe dizer as coisas que precisava. Eu chamo de arte. Porque arte é o nome que damos aos sentimentos que tornamos públicos. E a arte não preocupa ninguém.” (Página 15)

Na segunda parte, Lua, já encontramos uma escrita mais fria. Como se a noite escondesse bons segredos, que o luar, por graça, faz questão de revelar.

Sabe aquela conversa que você precisava ter, mas que por orgulho, medo ou pressão, simplesmente deixou para depois? Foi esse sentimento. A sensação de algo preso na garganta.

A terceira parte, Estrelas, me fez recordar diversos momentos da minha vida. Tudo parece lindo e calmo, um céu cheios de estrelas brilhantes, que de repente resolvem despencar do véu negro.

Aqui encontramos poemas de partidas inesperadas, sejam as definitivas, ou aquelas que sabemos que precisam acontecer. Somos confrontados com velhos fantasmas que varremos para um canto qualquer da casa, mas que no momento menos inesperado, resolveram nos presentear com sua volta.

“Meus pais me deram um livro e ele dizia que fui feito de terra e poeira. Mas você, você foi feita de cinzas.” (Página 93)

Por fim, na minha parte preferida, Chuva, temos o lavar da alma. Uma verdadeira purificação. São palavras carregadas de esperança, mesmo que escondidas.

Iain Thomas soube me levar do limbo ao paraíso, me fez sentir saudades de alguns momentos da minha vida e perceber o tanto que cresci. E como a vida é passageira para ficarmos presos a sentimentos que não engrandecem.

“Para você, era apenas colher flores. Para elas, era uma carnificina.” (Página 170)

Falar de poesia é sempre algo que tenho certa dificuldade, porque sou daquelas que acredita que esse tipo de escrita precisa ser sentida em cada pequena vírgula, costumo falar que poesia é para os que transbordam. Consequentemente, o mesmo poema nunca terá um significado universal, somos atingidos de maneiras diferentes, apesar do impacto ser parecido.

O que posso afirmar é que Escrevi Isso Pra Você é um livro daqueles que precisam ser compartilhado.

“As pessoas mais duras e frias que você conhece já foram suaves como água.
E essa é a tragédia da vida.” (Página 180)

Publicado em: 19/05/2018

4 Comentários

  1. Marina Mafra19 maio, 2018Responder
    • Camila Carvalho19 maio, 2018Responder
  2. 19 maio, 2018Responder
  3. Kalyne Lauren19 maio, 2018Responder

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