Mulher com Brânquias

Patrícia Baikal

Editora: Amazon

Páginas: 248

Ano: 2017

Sinopse:

Rita, professora universitária, começa a ter visões de uma realidade paralela, como se estivesse o tempo todo mergulhada num aquário. Em casa, no trabalho ou na rua, ela se vê rodeada por seres aquáticos e especialmente pelo "grande peixe", uma criatura fantasmagórica que a persegue, mas que ninguém mais enxerga. Como se não bastasse, sua pele é tomada por escamas aos poucos, de forma dolorida e fantástica. Brânquias surgem em seu corpo, e isso pode significar o início ou o fim de uma jornada.

Resenha:

A lógica do mundo parecia estar me virando do avesso, trocando o chão pelo teto e me fazendo duvidar da minha própria sanidade.

Rita era professora e também tinha uma loja de porcelanas. Seu casamento parecia tranquilo e tinha como melhor amiga a sua irmã.

As duas perderam a mãe quando criança e agora o pai estava prestes a se casar novamente. Elas foram chamadas para serem madrinhas.

Nesse meio tempo dos preparativos, faleceu uma tia querida da cidade da família delas. Rita foi para o funeral desolada. Mas ela não imaginava que estar de volta à cidade, desenterraria tantos fantasmas, com histórias tão reveladores sobre o passado da família.

Nos próximos dias, a vida mostraria que minha pele era como um escudo tentando me proteger das dores mais fortes. Um escudo com defeitos e buracos tapados com escamas de peixe. Quanto mais buracos aparecessem, mais escamas surgiriam.

Como se já não bastassem os problemas na vida real, Rita vinha sendo atormentada por visões e sonhos que a confundiam.

A vida tomava aos poucos a forma dos meus mais íntimos pesadelos.

A situação piora quando as visões e a realidade se misturam, revelando que suas confusões poderiam ser hereditárias.

A gente vai engolindo tanta pedra, terra e mato que uma hora o corpo para de funcionar. E só depois de colocar tudo para fora é que voltamos a respirar aos poucos, tossindo poeira e resistindo aos destroços que restaram.

Nessa leitura fascinante, Rita passa por descobertas e mudanças que nada mais são que o efeito colateral de viver. A história não acaba antes de nos ensinar que enfrentar os nossos medos mais profundos pode nos trazer um resultado surpreendente.

…sempre tentei manter distância daquilo que temo, mas parece que, agindo assim, acabo fazendo justamente o contrário: atraio meus medos para mim.

Eu amo histórias que unem realidade e ficção, confundindo a nossa mente entre a história que lemos e a nossa vida. Com simbologias que nos fazem refletir após nos identificarmos.

O problema é quando a gente tem medo do próprio medo, ou quando de tão medrosos, deixamos de viver.

Os capítulos são as contagem regressiva para a grande mudança na vida de Rita. O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista, o que fez com que eu me sentisse ela em diversos momentos. Ainda possui ilustrações encantadoras, que deram vida para a história. A autora é extremamente inteligente, com um escrita tão real e misteriosa, que me prendeu até tudo ser revelado.

A vida já tinha me colocado em situações assim várias vezes, frente a frente com pessoas que me magoaram profundamente. Nessas ocasiões em que não encontrava uma solução ou uma maneira de dizer as palavras engasgadas, o jeito era esperar o tempo passar. Às vezes funcionava, às vezes não.

Fiz a leitura à pedido da autora, mas após ler a sinopse, já soube que seria o meu tipo favorito de história. Mexeu demais comigo. Recomendo muito!

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Publicado em: 23/02/2018

01 Comentário

  1. Le23 fev, 2018Responder

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