Na minha onda

Laura Conrado

Editora: Globo Alt

Páginas: 288

Ano: 2017

Sinopse:

Vitória é uma cantora talentosa que esteve no topo do sucesso há cinco anos. Mas agora ela está arrasada: ficou desempregada, voltou a morar com os pais e ainda tem que aceitar o triunfo de Carol Laine, sua amiga de infância e antiga companheira musical, que seguiu em carreira solo e está se tornando uma das mais comentadas artistas da Bahia. Porém, mesmo Vitória tentando se esconder a todo custo, Carol Laine a procura com um convite: ela quer que as duas voltem a trabalhar juntas e que ela participe de um reality show sobre sua vida. Isso significa, também, estar mais próxima de Lucas, o primo e assessor de Carol, por quem Vitória mantém uma paixão secreta há anos. Mesmo parecendo uma proposta irrecusável, é difícil engolir a mágoa, ficar à sombra de Carol Laine e ainda encarar os reveses da fama: a exigência de estar sempre linda e em forma, as fofocas da imprensa de celebridades, a perseguição de um fã maníaco e misterioso e a dúvida sobre as amizades serem apenas por interesse. Em meio a tantos sentimentos conflitantes, Vitória terá que responder: vale a pena voltar a esse mundo onde o ego das pessoas parece controlar tudo?

“- As ondas são a diversão das praias. A gente flutua por um tempo, pega um jacaré na força delas e depois somos arremessados à areia de novo. Quem quiser mais novidade, volta para pegar mais onda. Mas há também aqueles que superam a força das ondas, vencendo a rebentação, e encontram a calmaria do amor que sempre vem depois das marolas apaixonadas.” (Página 282)

Hoje a dica de leitura é um dos melhores livros nacionais que li atualmente. Meu primeiro contato com a escrita da Laura Conrado não poderia ter sido melhor. A moça mineira soube misturar muito bem romance, humor, mistério e dendê! A protagonista criada pela autora é do tipo que cativa desde a primeira página, fazendo o leitor sentir como se estivesse batendo papo com uma amiga e não lendo um livro.

“Estou diante de um pequeno pedaço do gigante que está despertando e logo vai clarear toda a cidade. Ah, senhor Sol! Não importa quão escura esteja a noite, bastam seus primeiros raios colorirem o céu para que eu recupere a esperança – e a sanidade mental.” (Página 7)

Vitória Prata é baiana de nascimento. Mestre em Música, Vic já foi cantora muito famosa junto à amiga Carol Laine, mas isso foi há anos. “As Elétricas” foram uma dupla de muito sucesso, porém elas acabaram com a parceria e cada uma rumou para projetos distintos. Carol Laine, com os contatos certos, se deu muito bem. Sua carreira deslanchou e está em evidência. Já Vitória…

“Pareço destinada ao segundo lugar. Meu nome já anunciava isso: Vitória Prata. Conviver com quem ostenta o ouro do louro da vitória é demasiadamente cruel para quem só consegue o segundo lugar do pódio.” (Página 12)

Após o fim da dupla, Vitória não conseguiu se firmar em sua carreira. Sem perspectiva, com a conta bancária no vermelho e a difícil situação financeira dos pais, Vitória se sente cada vez mais frustrada. Seu único companheiro nessas horas é um caderninho azul onde registra todos seus lamentos, já que não pode pagar por uma terapia que a ajude a passar por esse momento difícil. Até que sua antiga parceira de trabalho dá as caras, fazendo uma grande proposta. É a chance que Vic precisava para retornar ao cenário musical e colocar sua vida nos eixos. Mas o estrelato não é todo glamour. Entre shows, holofotes e todos os privilégios a que um artista famoso tem acesso, Vitória vai reviver, também, a parte difícil da profissão.

Após descobrir que a amiga vem sofrendo ameaças de um tal “EGO”, Vic também acaba se tornando um alvo seu. Os ataques dessa pessoa misteriosa começam a interferir cada vez mais no equilíbrio emocional e psicológico da dupla, especialmente da Carol Laine. Ansiosa por descobrir a verdadeira identidade do maníaco, Vitória passa a investigar o caso de maneira sutil e a desconfiar de todos. Nem mesmo o Lucas – seu amor platônico há anos e a inspiração por trás de suas melhores composições – escapa às suas suposições.

“Não tenho nenhuma experiência em investigação, em direito criminal ou em trâmites policiais. Mas já li muito romance policial e assisti a diversos filmes de suspense. Faço isso desde a adolescência. Será possível que uma luzinha viria dessas séries?” (Página 229)

Mais do que uma história sobre a queda e ascensão de uma personagem em sua busca incessante pelo estrelato no mundo da música, “Na Minha Onda” nos apresenta uma protagonista que vai descobrindo mais sobre si mesma, sobre as coisas que realmente importam na vida e que, às vezes, precisamos reconhecer que não temos o controle de tudo. O aprendizado pode vir de maneiras muito difíceis. Foi o que a Vitória ensinou, além de me fazer dar boas risadas com seu jeito divertido e espontâneo.

Os diálogos são cheios de graça, com aquele jeito gostoso de falar que só o baiano tem. Dá pra sentir pela narrativa o carinho que a autora tem pela minha Bahia e por seu povo.

Esta edição publicada pela Editora Globo Alt está linda! Dá gosto de ler!

Espero ter deixado vocês curiosos.

Axé e até mais!

Publicado em: 24/07/2018

2 Comentários

  1. Marina Mafra25 jul, 2018Responder
  2. 25 jul, 2018Responder

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