Sonho de uma Noite de Verão

William Shakespeare

Editora: Martin Claret

Páginas: 115

Ano: 2018

Sinopse:

“Na palavra ‘sonho’ há uma natural conotação de despojamento, incerteza; ‘sonho’ pode ser qualquer um, qualquer coisa (...)” — assim Harold Bloom esmiúça o título desta que é considerada a primeira obra-prima de Shakespeare. Nesta fábula há uma variedade de temas e relações, onde folclore e mitologia aliados ao encadeamento mágico e trágico compõem um painel onírico jamais visto em nenhuma das obras do dramaturgo inglês. Essa polifonia talvez seja a grande virtude deste texto em que Shakespeare utiliza-se de uma fina e inteligente comicidade para deixar a reverência a deuses e reis de lado, apresentando tais seres veneráveis sob aspectos pouco solenes; seres cuja elevação reside em suas próprias insuficiências e imperfeições, reforçando o caráter essencialmente universalista da obra do bardo.

Creio que em algum momento da vida, você já se deparou com o nome William Shakespeare. Com toda certeza conhece a história trágica dos apaixonados Romeu e Julieta correto? Porem o meu roteiro preferido desse dramaturgo é o querido Sonho de uma noite de verão.

“Ou então, se houvesse acordo na escolha, a guerra, a morte ou a doença iriam assediá-lo. Fazendo-o momentâneo como um som, ligeiro como uma sombra, curto como qualquer sonho, breve como o relâmpago na noite, tão negra quanto o carvão, que repentina paixão mostra o céu e a terra; mas, antes que o homem possa dizer “Olhe!”, a boca da escuridão devora tudo e rapidamente; o que era brilhante é destruído.” (p. 21)

Conheci as obras de Shakespeare na infância e desde então me encantei por sua inteligência e ousadia em criar histórias tão encantadoras. Sonho de uma noite de verão se tornou a minha preferida pela graça e leveza que possui. Diversas vezes imaginei Shakespeare conduzindo essa peça de teatro antigamente. Como queria uma maquina do tempo para ver isso com meus próprios olhos.

“O amor pode transformar coisas básicas e vis, sem nenhuma importância, naquelas que merecem respeito. As pessoas apaixonadas vêem o que imaginam, não o que seus olhos enxergam; e, portanto, o Cupido alado é pintado com venda nos olhos. O amor também não tem nenhuma habilidade de julgamento; tem asas apressadas, contudo não tem olhos que possam ver.” (p. 25)

Gosto do fato de Shakespeare ter dado uma nova visão de Hipólita, a grande rainha das amazonas. Aqui não vemos a guerreira destemida de sempre, mas a noiva do famoso Teseu, aquele que matou o minotauro. De certa forma acho estranho vê-la sem toda a sua magnitude de rainha e se transformar em uma mulher comum prestes a contrair matrimônio com um herói.

“Quero dizer que meu coração está unido ao seu de tal modo que podemos construir um único coração a partir dos nossos dois. Dois corações acorrentados a um julgamento; logo, dois corações e uma única promessa.” (p. 45)

Um outro ponto que me marca profundamente nessa história é a confusão amorosa entre Hérmia, Lisandro, Demétrio e Helena. Eu dou gargalhadas sempre que leio ou me lembro das cenas cômicas a quais esses jovens passam por causa de um duende nem um pouco perceptivo. E por falar em duendes, não posso me esquecer de Oberon e Titânia, rei e rainha dos elfos e seu mundo mágico. Titânia é uma das minhas personagens preferidas e amei tê-la na capa desse livro.

“Portanto o destino decide que, para cada homem que mantém sua palavra, um milhão de homens falham, fazendo promessas uma após a outra.” (p. 65)

Fico perplexa com a criatividade e genialidade de William Shakespeare sempre que leio alguma de suas peças, esse homem foi brilhante e merece toda a fama que o retrata. Sonho de uma noite de verão é uma de suas principais comédias, e mostra como o amor pode ter seus lados obscuros. A Martin Claret arrasou nessa edição, o livro está tão lindo que não dá vontade de largá-lo. E você, já leu ou tem vontade de ler algo de Shakespeare? Me conte aqui.

“Os apaixonados e os loucos tem cérebros borbulhantes de ideias, fantasias capazes de torcer a realidade de formas estranhas.” (p. 95)