Sinopse:
Lady Pandora Ravenel é muito diferente das debutantes de sua idade. Enquanto a maioria delas não perde uma festa da temporada londrina e sonha encontrar um marido, Pandora prefere ficar em casa idealizando jogos de tabuleiro e planejando se tornar uma mulher independente. Mas certa noite, num baile deslumbrante, ela é flagrada numa situação muito comprometedora com um malicioso e lindo estranho. Gabriel, o lorde St. Vincent, passou anos conseguindo evitar o casamento, até ser conquistado por uma garota rebelde que não quer nada com ele. Só que ele acha Pandora irresistível e fará o que for preciso para possuí-la. Para alcançar seus objetivos, os dois fazem um acordo curioso, e entram em uma batalha de vontades divertida e sensual, como só Lisa Kleypas é capaz de criar.
Ah, os romances de época… aquelas histórias apaixonantes, encantadoras e extremamente divertidas. Esse gênero se popularizou nos últimos anos e hoje vemos varias historias, autores e leitores que fazem nossos corações se aquecerem de amor. Vocês já devem ter percebido o quanto eu sou fã de romances de época né? E é com uma alegria enorme que trago a vocês as minhas ultimas considerações de 2018 sobre um romance de época que me encantou.
“Casamentos em que havia amor podiam ser raros, mas certamente não eram impossíveis.” (p. 15)
Um acordo pecaminoso é o terceiro volume da série Os Ravenels (confira o primeiro volume aqui e o segundo aqui), e trás a vida de Pandora, a gêmea completamente diferente das moças da época. Ao contrario de sua doce irmã Cassandra, Pandora não sonha em se casar, não filtra o que deve ou não falar e quer viver sua vida como uma mulher de negócios no ramo da construção de jogos de tabuleiro.
“Gabriel sentiu o coração disparar com a força do desejo de ficar a sós com ela. De entrar em toda aquela energia. Era como se uma fogueira tivesse sido acesa dentro dele, que a queria, a desejava, com toda ânsia imprudente e autoindulgente que costumava manter contida. Mas aquilo não fazia sentido.” (p. 41)
Dava ou não para amar uma jovem assim? hahaha confesso que em alguns momentos no inicio da história, eu quis esganar Pandora por algumas atitudes, mas conforme a trama se desenvolvia e eu conhecia mais e mais sobre essa mulher única, especial e cheia de opinião, passei a querer defendê-la do mundo.
“– Mas, meu caro rapaz, é claro que ficará surpreso. Uma mulher sempre nos surpreende com o que é capaz. Você pode passar a vida inteira tentando descobrir o que a empolga, o que a interessa, mas nunca vai conseguir saber tudo. Há sempre mais. Toda mulher é um mistério, não para se compreender, mas para se apreciar.” (p. 49)
Amei o fato da autora abordar um assunto polemico e muito pouco discutido na época de 1876: os direitos das mulheres. É horrível pensar que a sociedade antigamente não via a mulher como alguém a ter os seus plenos direitos, tanto de assumir uma propriedade, gerar um negocio, ou votar. E com o casamento, as mulheres perdiam os poucos direitos que ainda possuíam, passando a se tornar propriedade de seus maridos. E em alguns casos sofriam violências sem limites e não tinham o direito de fazerem nada sobre isso.
“– Você sabe qual é o lema do brasão dos Ravenels?
– Loyalté nous lie.
– Sabe o que significa?
– “Nunca nos enfureça”? – sugeriu Pandora, e foi recompensada com uma gargalhada sonora. – Na verdade, eu sei, sim. Significa “A lealdade nos une”.
– Exatamente. Aconteça o que acontecer, nós, Ravenels, permaneceremos leais uns aos outros. Nunca sacrificaremos um dos nossos em benefício do restante.” (p. 58)
Pandora subiu ainda mais no meu conceito, por se mostrar tão contraria a essa pratica, gostaria de falar mais sobre isso, porem só vão descobrir o que nossa jovem nem um pouco decorosa faz, quando lerem o livro. Os outros Ravenels dão as caras nessa história também, e amei ver o quanto essa família está se unindo cada vez mais.
“– Eu fantasiava sobre ser apresentada à sociedade. Ter centenas de amigos, ir a toda parte, conhecer tudo. Mas quando se vive muito tempo isolado, isso se torna parte de você. Então, quando se tenta mudar, é como olhar para o sol: não se consegue suportar por muito tempo.” (p. 129)
Gabriel, o lorde St. Vincent é filho de dois personagens da Lisa que já apareceram na série das quatro estações do amor, quer saber quem são né? hahah talvez pelo “St. Vincent” vocês se lembrem. Ele é um encanto de homem, carinhoso, amoroso e que conquistou não apenas Pandora, mas essa pessoa que vos escreve. Amei o seu humor sensual e a extrema devoção a família. A construção do romance entre Pandora e Gabriel foi algo tão bem feito que Lisa merece mais uma vez meus parabéns por não forçar personagens a ficarem juntos, mas dar a eles a opção de se apaixonarem espontaneamente.
“Ela era tão doce, tão audaz, que Gabriel se viu dominado por uma sensação que nunca experimentara antes, como se todos os extremos de alegria e desespero houvessem sido comprimidos em uma emoção nova, que ameaçava rachar os muros do coração dele. (p. 144)
Os personagens secundários são outro ponto forte da história, amo esse desenvolvimento em uma narrativa. Quase no fim do livro, um suposto mistério começa a se formar sobre um dos personagens, o que fará todo sentido no próximo livro da série, e eu já estou arrancando os cabelos de ansiedade para lê-lo o mais breve possível. E por falar na série, pesquisas indicam que ela será composta por seis livros no total, excelente noticia não é?!
“– Mas não acha que seria tedioso se o “e foram felizes para sempre” fosse sempre uma verdade absoluta, sem dificuldades ou problemas a serem resolvidos? O futuro é muito mais interessante do que isso.” (p. 166)
Um acordo pecaminoso é um livro engraçado, romântico, histórico e que arrancará suspiros apaixonados e fortes emoções dos leitores. Recomendo.